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Evento da Embrapa pauta turismo rural voltado para Convivência com o Semiárido

Evento da Embrapa pauta turismo rural voltado para Convivência com o Semiárido

A história e modo de vida de um povo, a gastronomia local, as experiências de produção de alimentos saudáveis, as belezas naturais, registros históricos lhe chamam atenção? Você pagaria para vivenciar dias de tranquilidade e muitos aprendizados em uma comunidade rural em meio à Caatinga? Faria trilhas em serras ou riachos ao tempo em que ouve histórias daquele lugar? Compraria artesanatos feitos por mulheres que usam a criatividade para valorizar as matérias-primas que eram desperdiçadas na comunidade? E um desfile de moda em lajedos de pedras, você iria assistir?

Todas essas possibilidades foram apenas alguns exemplos citados durante o II Seminário de Turismo Rural Sustentável que aconteceu ontem (19) no primeiro dia do Semiárido Show 2019, que acontece até a próxima sexta-feira (22) na Embrapa, em Petrolina (PE). O público presente no seminário prestigiou a apresentação de iniciativas que tem olhado para a parte rural do Semiárido como um enorme potencial para o ecoturismo e turismo de base comunitária.

Inicialmente, jovens do Coletivo Carrapicho Virtual, do Vale do Salitre, em Juazeiro (BA), envolveram o público com a apresentação de vídeos sobre atrativos naturais existentes na região salitreira, evidenciando que, a partir da educomunicação, as/os integrantes do Coletivo passaram a conhecer de perto e enxergar tais locais como pontos turísticos potenciais. Para tanto, foi necessário fortalecer a noção de identidade e pertencimento à região e o grupo hoje reivindica apoios para investir no turismo de base comunitária como uma forma de geração de renda para as famílias, visando, principalmente, a permanência da juventude no campo, conforme frisou o educomunicador Marcos Paulo Conceição durante a apresentação no evento.

Em sintonia com a discussão, o professor Genivaldo Nascimento, fez uma explanação sobre o potencial turístico de Petrolina, considerando a área de sequeiro e não apenas as fazendas de fruticultura e o Rio São Francisco. A partir de pesquisa desenvolvida no distrito de Rajadas, ele sinaliza outros elementos que podem ser aproveitados pelas comunidades ao apostarem no turismo rural, o que para ele é “uma postura política”, uma vez que valorizar as aspectos próprios de cada local é uma forma de desconstruir a imagem negativa que ao longo do tempo foi sendo construída referente ao campo. “O turismo rural tem que tá voltado para a desconstrução dessa imagem”, defende o professor da Universidade de Pernambuco (Upe) e da Facape.

Em toda comunidade tem elementos culturais, como gastronomia, danças, religiosidade, costumes e o próprio modo de viver, que por si só varia de um lugar para outro, aponta Genivaldo, que enxergou, por exemplo, a arqueologia como um atrativo em Rajadas. Para o pesquisador, o contexto urbano hoje exige uma fuga e o ambiente rural ainda pode ser considerado um local que favorece a saúde mental e do corpo, sendo, portanto, favorável investir no meio rural como “possibilidade de negócios”, visando tanto a valorização e fortalecimento das identidades das pessoas que vivem no campo, como também o impulsionamento da economia local e o bem estar do público visitante.

Com esta compreensão, o Projeto de Desenvolvimento Sustentável do Cariri, Seridó e Curimataú (Procase), desenvolvido no estado da Paraíba, foi também uma das experiências que chamou atenção do público do II Seminário de Turismo Rural Sustentável. A socialização dos avanços conquistados a partir do projeto se deu no momento de lançamento da cartilha “Sementes da esperança: boas práticas de convivência como semiárido – turismo e juventude rural”, que sistematiza uma experiência de intercâmbio realizado no estado. Uma das participantes do intercâmbio, representante do projeto Viva o Semiárido, executado pelo Governo do Piauí, falou durante o lançamento sobre o que aprendeu com o Procase ao participar do intercâmbio. O referido projeto é resultado da parceria entre o Governo do Estado da Paraíba e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), beneficiando 56 municípios do Semiárido paraibano.

Para Aristeu Chaves, coordenador do Procase, essa troca de experiências contribui para que as/os jovens enxerguem esses potenciais e coloquem em prática em suas comunidades, viabilizando a geração de renda a partir do que já existe em cada local e assim fortalecendo as iniciativas de Convivência com o Semiárido a partir de diversas linhas como a produção de alimentos, uso sustentável dos bens naturais e o próprio turismo, que na região de atuação do Procase já contabiliza uma média de mil pessoas tirando seu sustento da atividade. Segundo Aristeu, o governo do estado e da maioria dos municípios desta região do Semiárido paraibano “tem o compromisso muito forte em levar alternativas para a juventude (…), buscando sempre melhorar as condições de vida de quem está morando nas comunidades mais longínquas”, concluiu.

Durante o seminário foi servido também um lanche regionalizado, trazendo elementos da gastronomia do sertão como suco de maracujá da Caatinga, queijo coalho de cabra, geleia de umbu, sequilhos, recheios doces e salgados feitos com licuri, abóbora, dentre outros. O Semiárido Show é uma realização da Embrapa e o referido seminário contou com apoio de algumas instituições, dentre elas o Irpaa.

Texto e fotos: Comunicação Irpaa


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