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Juventude estuda temas como Transposição do Rio São Francisco em formação organizada pelo MAB

Juventude estuda temas como Transposição do Rio São Francisco em formação organizada pelo MAB

Aconteceu este fim de semana (dias 22 e 23) a terceira etapa da Formação “Desenvolvimento pra que e pra quem?”, realizada pelo Movimento de Atingidos/as por Barragens – MAB, tendo como objetivo a formação política da juventude a partir de diversas temáticas sociais, a exemplo do conhecimento acerca dos impactos dos grandes projetos ligados ao agro e hidronegócio, do fortalecimento das identidades e incentivo a organização e engajamento das/dos jovens nas lutas sociais.

Iniciada em 2013, a formação aconteceu de forma itinerante, sendo a primeira realizada em Santa Maria da Boa Vista (PE), a segunda em Sobradinho (BA) e esta última etapa no Assentamento Jibóia, em Cabrobó (PE). A escolha dos locais, além de possibilitar as/os participantes conhecerem de perto outras realidades, permite dialogar com situações comuns às lutas do campesinato na região do Vale do São Francisco. Comunidades quilombolas do município de Santa Maria da Boa Vista hoje vivem ameaçadas pelo projeto de construção das Barragens de Riacho Seco e Pedra Branca, em Curaçá, o que pode realocar dezenas de famílias de suas terras do lado pernambucano. Em Sobradinho, as/os jovens puderam visitar comunidades formadas por famílias atingidas pela Hidrelétrica e que até hoje vivem com dificuldades de acesso a água, mesmo a poucos quilômetros do maior lago artificial da América Latina.

Já nesta terceira etapa, o grupo de quase 50 jovens, pode se inspirar na luta pela terra travada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. O Assentamento Jibóia, no entanto, hoje está ao lado de um dos trechos do canal de Transposição do Rio São Francisco, tema que foi debatido no primeiro dia da formação e contou com a assessoria de Cícero Félix, integrante da equipe do Irpaa e da Articulação Popular São Francisco Vivo. Cícero apresentou a proposta do governo que começou a se tornar concreta em 2005, mostrando dados e as “mentiras e verdades” presentes nos discursos oficiais acerca desta obra inacabada. Ficou evidente também o enfrentamento dos movimentos populares contra o Projeto de Transposição e a favor da Revitalização do Rio São Francisco e da adesão à proposta de Convivência com o Semiárido, aspectos que ganhou força a partir dos jejuns feitos por D. Luiz Cáppio como forma de protesto à transposição das águas do Velho Chico.

A partir de debates em grupos, as/os jovens apontaram os principais desafios e perspectivas para a juventude em meio a esta realidade regional, sem perder de vista o contexto nacional, e considerando que a juventude pode e deve ser protagonista das mudanças sociais necessárias. Ao falar sobre as dificuldades de organização, mas ciente da necessidade da luta, um dos jovens mencionou: “não precisa ser fácil, precisa ser possível”.
Além de militantes do MAB, o grupo conta com representantes de comunidades quilombolas, assentamentos, grupos urbanos, universitários, pastorais sociais, etc. Na tarde do primeiro dia houve ainda visita às obras da Transposição no município de Cabrobó.

O projeto de Transposição

De acordo com o projeto as águas captadas do Rio São Francisco, através de dois canais, um no Eixo Norte e outro no Eixo Leste, abastecerão aproximadamente 12 milhões de pessoas, segundo pesquisas apontadas por movimentos defensores do Rio São Francisco, esse dado não e verdadeiro, pois a maior porcentagem dessa água será usada a favor do agronegócio, seja na produção de frutas e camarão para a exportação e no uso industrial. Outro fator preocupante é em relação a vazão do rio. O rio São Francisco só tem 25m³/s de água para ser retirado, enquanto a vazão média a ser retirada pela transposição será 65m³/s.


Diante destes dados, contata-se que o projeto de transposição não vai melhor o acesso dos recursos hídricos para a população nordestina, e sim favorecer a indústria da seca, prática que é persistente na região do Semiárido.

Texto e Foto: Comunicação Irpaa
 


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