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Tv São Francisco exibe série sobre “Convivência com a Caatinga”

Tv São Francisco exibe série sobre “Convivência com a Caatinga”

A Tv São Francisco, afiliada à Rede Globo de Televisão, que tem sede em Juazeiro (BA), exibe no período de 26 a 29 de junho a série “Convivência com a Caatinga”. As reportagens, exibidas no telejornal "Bahia Meio Dia" (12h), estão mostrando diversas experiências de produtores dos municípios de Canudos, Uauá, Curaçá e Juazeiro, no sertão da Bahia, que conhecem e colocam em prática a proposta de Convivência com o Semiárido.

A série está sendo exibida em um momento importante, onde muitas propriedades da área de sequeiro sofrem consequências da seca, por ainda não saber ou não acreditar que é possível conviver com este fenômeno natural. Formas de acesso a água, alimentação para o rebanho, geração de rendas, entre outras experiências acompanhadas pelo Irpaa, estão sendo mostradas como exemplos que contribuem para a manutenção das famílias em suas terras, mesmo em períodos de estiagem como estes.

Que comunicação é necessária para promover a Convivência com o Semiárido?

O Irpaa, assim como outras Organizações Não Governamentais que tem como base a difusão da proposta de Convivência com o Semiárido, tem utilizado cada vez mais a comunicação como umas das estratégias para fomentar o desenvolvimento sustentável do Semiárido, entendendo-a como forma de dá visibilidade a ideia de Convivência com o Semiárido como proposta abrangente para solucionar as questões sociais.

A comunicação defendida passa pela reivindicação da mesma enquanto direito humano, portanto, deve ser garantida a todas as pessoas. Isso quer dizer que é preciso haver liberdade de expressão, mas uma liberdade que atenda a todos os interesses da sociedade e não apenas de grupos ou empresas de comunicação que detenham autorização para operar e levar ao grande público programações pré-determinadas de acordo com os interesses políticos e econômicos de que as financia.

Nesse sentido, elementos como a regionalização da produção dos grandes meios de comunicação e a valorização (com incentivos financeiros públicos inclusive) dos meios comunitários, são essenciais para que a população de todas as regiões do país possam exercer este direito. As informações sobre o Nordeste brasileiro - e, particularmente, sobre o Semiárido - produzidas pelos diversos meios de comunicação que fazem a mídia nacional, por exemplo, durante muito tempo tem revelado somente as faces negativas da região, como se estas fossem as únicas.

Consequências de uma comunicação  nada democrática

Em geral, os noticiários das TV's e os veículos impressos fazem enorme sensacionalismo quando registram o sofrimento das pessoas nos períodos de estiagens recorrentes na região. As imagens do Semiárido levadas para todo o país, em sua maioria, são carregadas de fatalidades e já se tornaram conhecidas, pois são quase sempre as mesmas: “um chão seco e rachado que acomoda algumas carcaças de animais mortos ou famílias de retirantes deixando sua terra”. Esses símbolos acabam mostrando o Semiárido como um lugar catastrófico e reforçam fortes paradigmas de que a seca e suas consequências são as únicas razões que permeiam o dia a dia do povo que insiste em viver numa região vista como atrasada e inviável.

Todo esse conjunto de informações cheio de significados negativos, produzidos e reforçados por alguns meios de comunicação, acaba sendo absorvido como “verdade excêntrica” no imaginário popular do país e até do povo que habita a região semiárida. Constituindo essa mesma ideia nos meios sociais e políticos, a região é vista como um lugar sem solução, onde as ações de desenvolvimento chegam sempre de forma emergenciais e paliativas, muito distantes das resoluções que verdadeiramente poderiam transformar a região, caso fossem concebidas a partir de suas condições climáticas, geográficas e culturais próprias.

Outro aspecto atualmente também explorado, volta-se para o cenário produtivo do Semiárido apenas a partir do agro e hidronegócio. Os grandes projetos de irrigação, as obras hídricas, a exemplo da Transposição do Rio São Francisco, em muitos momentos são colocadas pela mídia nacional como a única forma de compensar a imagem de atraso e miséria do Nordeste tal como foi construído anos atrás. Isto também produz o entendimento por boa parte da sociedade de que tais empreendimentos trazem o progresso para a região, sem mostrar as outras faces: o emprego temporário, o sub-emprego, a degradação dos recursos naturais, o deslocamento de famílias, o impacto cultural, etc.

O que está mudando

As ações voltadas para Convivência com o Semiárido executadas pelo Irpaa e outras entidades, vem ganhando espaço na mídia local, regional e até nacional. Tem se verificado a ampliação do trabalho de assessoria de comunicação feito pelos segmentos do terceiro setor que acreditam no potencial da comunicação, o que tem demandado maior esforço de alguns meios de comunicação e alguns profissionais da imprensa no sentido de pautar esta outra realidade. A formação acadêmica preocupada com a educação e a comunicação contextualizadas também tem fortalecido a abordagem do Semiárido a partir de um outro olhar, o que enxerga, para além das dificuldades, as alternativas de Convivência com a região, com seu clima e suas potencialidades.

Texto com informações do Relatório Anual do IRPAA (2010)


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