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Planos, oportunidades e convivência com o Semiárido

Planos, oportunidades e convivência com o Semiárido

José Edmilson Alves dos Santos tem sonhos para 2016. Coisa simples mesmo. O agricultor familiar, lá do município de Curaçá, no sertão da Bahia, quer que sua casinha tenha tecnologia para irrigar a plantação, quer cursar o ensino superior e quer que sua produção seja ampliada – ou pelo menos mantida. Ah, ele também tem outro sonho: José tem fé que, no ano que vem, vai cair chuva, mesmo morando em uma das regiões mais secas do Brasil.

Desde 2009, segundo o agricultor, não chove de forma regular na região. Só no estado da Bahia, quase 65% dos municípios estão localizados no Semiárido, como é o caso de Curaçá. Para alguns, isso pode ser um grande problema. No caso de José Edmilson, ele viu nisso uma oportunidade, já que aprendeu a conviver com a situação.

"A safra foi bastante irregular neste ano. O nosso grande desafio em 2015 foi manter a nossa produção, principalmente a de animais. Nós estamos praticando a convivência com o Semiárido e isso tem nos ajudado. Quem já tem uma cisterna para consumo familiar e produção, por exemplo, quem tem plantas mais adaptadas ao clima e mais resistentes à seca teve uma produção menos difícil. Mas quem não fez isso está enfrentando mais dificuldade porque tem mais gastos. Enfrentamos muitos desafios, mas sem muitos prejuízos, ainda bem”, diz, aliviado.

Ele participa da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc), criada em 2004, que tem como foco o beneficiamento de frutas da Caatinga, como umbu, maracujá e goiaba – que se tornam sucos, geleias e doces.

“Quando chove, a gente ainda planta milho, feijão, mandioca, que é para complementar a renda”, conta o agricultor de 40 anos, casado e pai de um casal de filhos. José Edmilson ainda tem alguns animais, que são sua fonte principal de renda. Com os caprinos e ovinos, ele mantém a família com a venda de carne e leite diretamente para a população, em feiras locais.

Sucessão rural

Sair do campo não está nos planos do agricultor baiano, mesmo com a pouca chuva. Ele pretende passar tudo o que aprendeu com a convivência com o Semiárido para seus filhos, um menino de 14 anos e uma menina de seis.

“O trabalho que a gente faz de convivência dentro da Cooperativa é de mostrar a eles um outro olhar. Na idade deles, queria estudar e sair do campo, porque aqui eu não tinha perspectiva. Hoje, a gente quer mostrar para ele que há possibilidades, sim. Mas se eles acharem outra oportunidade longe daqui que seja melhor, tudo bem”, garante.

Mas, para ele, morar na cidade não é garantia de uma vida melhor. “Eu tenho irmãos que moram na cidade, têm uma renda fixa, mas vivem de aluguel. Outros moram aqui no campo, vivem da criação de animais e do beneficiamento, mas estão em uma situação melhor que a deles na cidade. Não têm um salário fixo todo mês, mas já têm sua moradia, sua moto para andar, algum animal. É isso que a gente tenta mostrar para os nossos filhos, qualidade de vida”, completa.

E mesmo com a vida já feita, José Edmilson quer crescer. Quer retomar os estudos, fazer uma faculdade e aplicar os conhecimentos em sua produção, no campo mesmo. “Penso em fazer algum curso na área de Agronomia ou de Biologia, por abordar essa questão ambiental. Estamos na Caatinga e ainda é uma vegetação não muito conhecida e valorizada no Brasil. Precisamos fazer algo para que ela seja vista como uma região produtiva”, afirma.

Apoio

Com a situação recorrente da região, os agricultores e agricultoras baianos têm à disposição programas do Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que auxiliam nessa jornada. José Edmilson, por exemplo, já acessou o Garantia-Safra, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). “Os programas têm ajudado a gente a melhorar a produção, o nosso rebanho e a investir na propriedade, melhorando a questão da produção de forragem para os animais”, avisa.

Para 2016, José Edmilson pretende continuar melhorando e espera, principalmente, continuar seu trabalho no lugar que mais ama estar: no campo e na região onde aprendeu a conviver, o Semiárido.

 

Texto: Jalila Arabi - Ascom/ MDA

Foto: Comunicação Irpaa


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