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Delegação de escolas municipais do Piauí visitam experiência de Convivência com o semiárido baiano

Delegação de escolas municipais do Piauí visitam experiência de Convivência com o semiárido baiano

Delegação de cerca de 60 educadores/as, gestores/as escolares e representantes de secretarias de educação de quatro municípios do Piauí, que fazem parte do projeto Cisternas nas escolas, desenvolvido pela Cáritas Brasileira Regional do Piauí, visitaram o semiárido baiano, no dia 19 de outubro deste ano, para intercâmbio de experiências. Ao longo do dia, a turma passou por um processo de formação continuada, debatendo a temática da Convivência e da educação Contextualizada, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, em Juazeiro – BA, com a mediação do Irpaa.

O coordenador do Projeto no Piauí, Raimundo Azevedo explica que o objetivo do intercâmbio é oportunizar aos professores uma visão ampla do que seja a Convivência com o Semiárido, entendendo a importância da educação contextualizada a partir, também, da demonstração prática de ações que são desenvolvidas na região, como as tecnologias sociais de captação de água da chuva, produção apropriada ao semiárido, além dos aspectos metodológicos do projeto. A expectativa é que o intercâmbio no Irpaa “pudesse contribuir neste momento com a gente, na expansão, difusão e na discussão de um novo modelo de educação que possa garantir a qualidade de vida das famílias que vivem no Semiárido”, avaliou o Coordenador.

Os/as participantes caminharam pela trilha da Convivência, aprofundando um pouco mais sobre questões que tratam da discussão da água no semiárido e as tecnologias apropriada para captação e armazenamento da chuva. Ao passo que também leram e debateram textos, refletindo sobre os três pilares da educação contextualizada: “Conhecer, refletir e intervir sobre a realidade”. É preciso ter, a dimensão que não é possível educar sem levar em consideração o contexto social, econômico e geográfico do local onde a escola está envolvida, explica Juzileide Nascimento, educadora e colaboradora do Irpaa que recebeu os/as educadores/as.

Uma reflexão, que segundo Raimundo, também é o objetivo de realizar este intercâmbio e que o projeto tem também contribuído para as escolas discutirem sobre a proposta de educação contextualizada. “A gente quer provocar dentro desse modelo de educação, uma forma de vê a educação dialogada com o meio em que vive”, avalia.


Outras questões foram debatidas com a turma, como refletir o motivo de não existir material didático contextualizado nas escolas do Semiárido, qual o modelo de educação que existe nos municípios e se estes tem contribuído para a formação dos estudantes para a vida em sociedade, além de reafirmar a concepção de que a educação contextualizada ensina a refletir sobre a realidade. “Não consigo pensar a educação fora do contexto da Convivência com o Semiárido”, Juci.

Para os profissionais, o desafio da educação contextualizada é garantir a sua plenitude no universo educacional diante da padronização do material didático, assim como envolver a família e interagir com a comunidade escolar. Um desafio que o Projeto Cisternas nas Escolas propõe para o corpo escolar, o que na avaliação da educadora Francidalva Almeida, diz que é possível, mas argumenta que o comprometimento do corpo de educadores é que é necessário para qualquer avanço na contextualização do ensino, “a contextualização para acontecer depende do professor. Ele é o ponta pé inicial, se ele não quiser, nada acontece, depende da boa vontade da gente”, avalia.

O projeto
Nesta terceira etapa do Projeto, que vem sendo desenvolvido desde 2015, pela Cáritas Brasileira Regional do Piauí, estão sendo envolvidos/as professores/as de 48 escolas de sete municípios da Região de Picos, em Piauí. O intercâmbio de experiência, que teve a representação de 21 escolas dos municípios de Paulistana, São Francisco de Assis, Conceição de Canindé e Queimada Nova, faz parte da segunda etapa da formação dos/as profissionais de educação que integram o projeto. A próxima ação será um seminário de avaliação e encaminhamentos.

O projeto tem o objetivo de garantir o acesso à água de qualidade para consumo das comunidades escolares a partir da implementação da cisterna, com capacidade de armazenar até 52 mil litros da água, uma tecnologia social de captação e armazenamento da água da chuva. “O programa Cisterna nas escolas não é para pensar a construção das cisternas, mas construção de saberes contextualizados”, diz Raimundo. “O projeto em si é para esclarecer o uso da água da cisterna, antes a gente pensava que era só um meio de armazenar água”, expõe Francidalva.

“A nossa perspectiva é que exista uma relação de educação e essa relação seja refletida sobre o meio, de valorização e construção do saber e sistematização desse saber dentro do sistema educacional local e regional no semiárido. Que a gente não interprete o semiárido apenas com dificuldade, mas possa olhar o semiárido como alternativa de vida e vida melhor”, conclui o coordenador.

Desafio da continuidade das ações de programa sociais no semiárido
Para Cristiane Cavalcante, da Associação Programa Um milhão de Cisternas (AP1MC), o projeto vem sendo ameaçado com a política do governo Temer de cortar investimentos sociais, como programas do semiárido, pois não há perspectiva de continuidade em 2018. Ela explica que no próximo ano o programa cisternas terá um corte de 92%, o que representa uma redução drástica nas políticas que chegam ao povo do semiárido.

“Esse corte desmonta a possibilidade da gente ser financiado por uma política pública federal. Uma conquista garantida por lei, que as famílias e as escolas do semiárido tenho acesso à água de qualidade, ele[Governo Temer] corta esse direito de acesso a essa política”, aponta. Ela explica que as organizações estão na luta para tentar garantir este direito e também de como reagir diante desta realidade, que também vem passando pelo fechamento das escolas do campo, nucleação e sucateamento das escolas públicas.  

Texto e Foto: Comunicação Irpaa 

Gráfico: Asa (Portal da Transparência)


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