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Famílias expulsas da Camarajibe

Opressão: as casas dos trabalhadores foram destruídas
Opressão: as casas dos trabalhadores foram destruídas

Cerca de 300 familias da região de Riacho Grande, Salinas e Jurema no interior de Casa Nova-BA, estão sendo vitima de uma brutal violência
promovida pelo estado a serviço de interesses de minorias.

Essas familias, que há mais de 15 viviam numa área rural, conhecida como Camaragibe, não só foram expulsas dos seua lares como tiveram suas casas
e outras benfeitorias destruídas na ação policial que culminou a desocupação do local através de medida judicial questinada pelas familias e diversas organizações sociais que atauam em defesa do uso da terra para fins sociais.

Veja abaixo, a nota publicada pelo coordenador nacional pela região Nordeste da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Roberto Malvezzi.

A Volta do Regime Militar ao Riacho Grande.*

        *- Nota Pública - *

Há tempos a região do São Francisco vem experimentando fatos que nos relembram os tempos do regime militar, não só pelas obras que estão sendo feitas - transposição, barragens, etc. - como pelos métodos utilizados.

Ontem pela manhã grupos da polícia militar, civil e o grupo especial que combate o plantio drogas na Caatinga, entraram na área antes pertencente à Empresa Camaragibe, comunidade de Riacho Grande, município de Casa Nova/Ba e destruíram casas de
posseiros, chiqueiros de bodes e exigem a rápida retirada das colméias dos apicultores.

Essa área está sendo ocupada por jovens rurais das comunidades vizinhas há mais de 20 anos, desde que, numa resistência histórica da comunidade do Riacho Grande, fracassou o projeto da empresa Camaragibe, que queria plantar mandioca para produzir álcool ainda na década de 80. Por hipoteca, a área ficou para o Banco do Brasil, que agora parece tê-la repassado a terceiros, desconsiderando a ocupação feita por moradores da região. Esses ocupantes estão criando cerca de 10 mil cabeças de bode na área e praticando a apicultura, com cerca de três mil caixas, financiadas pelo Banco do Brasil no valor de 72 mil reais. Toda essa produção e todas essas famílias foram jogadas no lixo ontem pela ação da polícia.

A polícia chegou às 5hs da manhã, confiscou os documentos e chaves dos carros, prendeu o trabalhador Raimundo Braga das 7hs da manhã às 6hs da tarde, cortou o arame das cercas palmo a palmo, não permitiu a entrada de pessoas na área, exceto o Pe. Josimar, da paróquia de Casa Nova.


Chama a atenção que não havia nenhum mandato de reintegração de posse, mas apenas de imissão de posse, em nome de Alberto Martins Matos (diretor do SAAE de Juazeiro) e Carlos Nizam Lima Silva (pelas informações ele é oriundo de Jacobina).
Ainda que tenham feito tramitações legais para se apossarem da área, ela há muito está ocupada por pessoas que também passaram a ter direito sobre ela.

A ação truculenta da polícia - como ocorre esses dias em todo território nacional contra trabalhadores e trabalhadoras rurais -, mostra que o Brasil não evolui no trato com suas
populações tradicionais. Prova também que o Judiciário é um braço pesado a favor do capital, sempre em detrimento das populações mais pobres.

As entidades abaixo-assinadas protestam contra essa ação da polícia, baseada numa ação judicial de imissão de posse e retomam sua luta. Vamos apoiar a juventude rural dessa região e suas comunidades para que possa continuar na terra, criar seus animais, cultivar suas colméias e viver em paz. Uma luta de trinta anos jamais terminará de um dia para o outro.


Casa Nova, 07 de março de 08.


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