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“O Semiárido é lugar bom para viver, só é preciso apreender viver aqui”, diz agricultor de Campo Alegre de Lourdes

“O Semiárido é lugar bom para viver, só é preciso apreender viver aqui”, diz agricultor de Campo Alegre de Lourdes

 

Campo Alegre de Lourdes, é um município baiano onde as políticas públicas de universalização do acesso à água, a energia elétrica, os serviços de saúde, de moradia de qualidade, de educação contextualizada com a realidade dos/as estudantes, o acesso à cultura ao esporte não chega a todas as comunidades rurais, principalmente as mais distantes da sede. É nessa cidade que Seu Raimundo Dias da Silva Santos, morador da comunidade Lagoa dos Bois, está rescrevendo sua história como homem do campo, a partir das práticas de Convivências com o Semiárido.

O agricultor vive em sua comunidade há 40 anos, tempo dedicado à agricultura familiar, atividade que aprendeu com o pai. Ele lembra a dificuldade que era manter a criação e as plantações de milho, feijão, mandioca, devido à carência de água na propriedade, além da degradação ao meio ambiente, com as queimadas e outras práticas que agride o solo.

Porém, essa realidade começou a mudar com a chegada da primeira tecnologia social de captação e armazenamento de água da chuva, o que garantiu a água da família e mais tarde a cisterna de produção, água que é utilizada para cuidar dos canteiros produtivos. “Tem coentro, pimentão, tem outras coisinhas ... nós nem damos conta de consumir tudo, às vezes vendemos para quem não tem por aqui”, comenta o agricultor.

Em 2014, a família de Seu Raimundo conquistou o direito a Assessoria Técnica e Extensão Rural (Ater), executada pelo Irpaa. O agricultor relata que aprendeu a melhorar os cuidados com cabras, ovelhas, galinhas, a cuidar do solo, a partir dos momentos de formação, intercâmbios e das orientações dos técnicos. Aprendeu também que “o gado não é o mais certo praqui não [região do Semiárido], o mais certo mesmo é a cabra, galinha, ovelha”, diz Seu Raimundo.

“Antes a gente não plantava um capim, hoje a gente planta, de um ano pra cá, que a gente tá no Irpaa, a gente já aprendeu que tem que plantar o capim, a palma, o umbu cajá, que é umas plantas mais resistentes”, aponta o agricultor que se orgulha em dizer que não compra uma ração para dar a sua criação de bode, toda a alimentação dos animais vem da Caatinga. Hoje, Seu Raimundo divide a área da pastagem, espaços que são submetidos a períodos alternados com a presença de animais e outra de descanso. “Primeiro temos que garantir alimentos para depois aumentar a criação”, afirma Seu Raimundo.

A alimentação balanceada, o cuidado sanitário, o uso de remédios naturais para as cabras e ovelhas, a utilização do esterco de bode na adubação, a diversidade de criação de animais e cultivo adaptados ao clima, são atividades presentes no dia a dia do agricultor, práticas que tem melhorado a alimentação da família e a renda familiar.

A experiência de Seu Raimundo é um reflexo de uma assessoria de acordo com os princípios da Convivência com o Semiárido, dialogando com as experiências das famílias agricultoras e o saber técnico. Os agricultores e as agricultoras são portanto protagonistas dessa construção coletiva, mostrando que não é preciso sair em busca de qualidade de vida em outras regiões, pois é possível viver bem no Semiárido.

Texto e foto: Comunicação Irpaa
 


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