A Rede de Educação do Seminário Brasileiro – Resab, celebrou no último dia 9 de outubro (sexta-feira), por meio de plataforma digital, o primeiro debate intitulado: Resab, 20 anos: construindo educação contextualizada para convivência com o semiárido brasileiro. Este evento marcou a celebração das duas décadas de atuação da rede em defesa de políticas públicas que estão apropriadas a realidade dos povos da região.
No evento estiverem presentes o professor da Universidade Estadual da Bahia, Josemar Pinzoh; o atual presidente do Irpaa, Haroldo Schistek; a representante da Secretaria de Educação do Piauí, Maria Luiza de Cantalice; e representando a CONCATU, Luiz Cláudio Lopes da Silva (Mandela), e mediando o debate, a professora da Universidade Federal da Paraíba, Albertina de Araújo.
A Resab foi criada como espaço de articulação política regional da sociedade organizada, congregando educadores, educadoras e instituições governamentais e não governamentais, que atuam na área de Educação no Semiárido Brasileiro.
A função primordial da Resab é consolidar uma proposta político pedagógico de educação para o semiárido brasileiro através do diálogo dos diversos sujeitos individuais e coletivos e suas experiências com a educação para a convivência com o semiárido, considerando a rica diversidade e opções metodológicas dessas.
Para a Resab, a Educação para a Convivência com o Semiárido quer fazer valer um modelo de currículo, formação de professores, gestão educacional e materiais didáticos pedagógicos, entre outros, que una corpo e alma, paixão e razão, instaure a coexistência das dimensões ética e estética, eduque para a totalidade da existência no fazer e fazer-se humano, numa consciência da cidadania com amplitude universal.
Para Adelaide Pereira da Silva, educadora e colaboradora da Comissão Pastoral da Terra (CPT), conta que ao longo dos seus vinte anos a Resab “vem inspirando um fazer didático-pedagógico baseado na pesquisa da realidade natural e da cultura, elucidando os saberes e fazeres do povo, problematizando as históricas velhas narrativas sobre o Semiárido e as pessoas anunciadas como incultas”.
Adelaide ainda acrescenta que a Educação Contextualizada, sistematizada pela Resab, tanto bebe da fonte da Educação Popular Freiriana, como se propõe a disseminar uma “nova visão, anunciando uma educação transformadora – propondo assim, uma nova leitura de mundo, de sociedade de homem e de mulher enquanto sujeitos de suas próprias histórias, capazes de colaborar na construção do bem viver no Semiárido e na construção de um projeto de nação Brasileira”, argumenta.
“Um dos maiores desafios é o reaprendizado do diálogo com as pessoas que trazem, na sua cultura, as resposta para muitas questões que o estado, em alguns momentos anteriores, tentou resolver mediante políticas compensatórias e depois são desativadas porque não foram políticas de estado. Digo isso porque entendemos que a educação escolar não esta isolada. Ela é parte do projeto de sociedade”, afirmou Adelaide. Ela reforça ainda que diante do atual cenário educacional, é fundamental que se efetive a Educação Contextualizada como política pública.
Até o final do ano a Resab continuará realizando outros eventos para divulgar os debates relacionados a Educação Contextualizada e lançará uma edição especial, em formato E-book, do Caderno Multidisciplinar – Educação e Contexto do Semiárido Brasileiro, tratando de temáticas como Terra e Território, Gênero e Raça, Currículo, formação de Professores, Material Didático entre outros.
Texto: Comunicação Irpaa / Foto: Resab





