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Projeto com o objetivo de formar Cirandeiros/as tem inicio no Território Sertão do São Francisco

Projeto com o objetivo de formar Cirandeiros/as tem inicio no Território Sertão do São Francisco

Mergulhar no universo infantil com a leve sensação de voltar a ser criança, conhecendo ou reconhecendo brincadeiras, confeccionando brinquedos, aprendendo a contar histórias. Foi essa a atividade principal para cerca de 40 homens e mulheres que participaram da primeira formação do projeto Cirandeiras, realizada no município Curaçá, nos dias 07, 08 e 09 de agosto.

O projeto visa auxiliar na preparação de homens e mulheres para atuar diretamente com crianças, na função de cirandeiras/os nas comunidades, enquanto pais e mães participam das reuniões. Essa ação, pautada no debate de gênero, objetiva a maior participação das mulheres nos espaços de formação e decisão nas suas comunidades. “As mulheres, na maioria, são mães, têm suas obrigações com as crianças em casa e muitas vezes elas não vão para as atividades por que não têm com quem deixar as crianças em casa”, explica Miroval Marques – Técnico de Desenvolvimento Social e Capital Humano da CAR, órgão ligado ao Governo do Estado da Bahia.

Miroval alerta que o papel da/do cirandeira/o não é simplesmente cuidar da criança, de modo não-intencional, mas fazer isso enquanto trabalha o lúdico, o desenvolvimento motor e o lazer, pautando a Convivência com o Semiárido, fortalecimento da infância e gênero, raça e etnia. Segundo Amilton Santos, que ministrou a oficina de construção de brinquedos, os materiais construídos devem “ter uma importância na ludicidade, como também na leitura e na escrita”, além de “desenvolver o raciocínio lógico”, pontuou.

Para Girlene Conceição, da comunidade quilombola Nova Jatobá, a formação despertou para “o melhor lado que é o da brincadeira”. De acordo com a cirandeira, “os meios tecnológicos estão tomando o lugar das brincadeiras, que é o que fazem nossas crianças serem mais saudáveis”. Ela enxergou na formação uma oportunidade de iniciar um processo de mudança desse quadro, através de sua intervenção na comunidade.

Outra participante da formação que promete colocar seu aprendizado em prática é Denise Torquato, Agente Comunitária Rural – ACR, de Pedra Branca. Para Denise tudo pareceu novidade. Foi a primeira vez que ela participou de um processo formativo como esse. “Para mim está sendo uma maravilha, pois eu não tive contato com nenhuma formação de cirandeira e nem outro tipo de formação. É o meu primeiro contato... Foi aprendizado”, pontua Denise. Ela se diz “mãe de primeira viagem” e conta que a formação servirá tanto para a prática de ACR, quanto para o dia a dia na criação de sua filha, que tem apenas três meses.

Denise se mostrou chateada pela baixa participação de mulheres do território onde atua. De acordo com a ACR, muitas mulheres foram mobilizadas e demonstraram desejo em participar da formação, porém os maridos “não autorizaram” a viagem. Este problema demonstra que ainda há muito a se fazer para viabilizar a autonomia feminina.

Apesar do problema relatado por Denise, o processo de mobilização trouxe também boas surpresas. A colaboradora do Irpaa, Juci Carvalho, destaca a boa participação, com um grande número de mulheres e alguns homens, representando todos os territórios rurais onde há atuação do projeto Pró-Semiárido. “Isso é muito bom porque demonstra que é possível fazer um processo formativo nas comunidades, é possível criar grupos de animadoras/es, de lideranças, de formadoras, de educadoras”, avalia Juci.

A oficina em Curaçá envolveu homens e mulheres, jovens, adultos, crianças e idosos, advindas/os de comunidades Indígenas, Quilombolas e de Fundo de Pasto. Esta diversidade, segundo Jackeline Marleide, proporcionou mais aprendizado. Jackeline, que estuda Pedagogia e faz parte do Povo Tumbalalá da Aldeia São Miguel, conta que sua “aldeia faz formação, mas são com pessoas que já tem outras formações. Aqui a formação está acontecendo com pessoas de diferentes culturas, analfabetas, alfabetizadas... com idosos, crianças, jovens, adultos, todo mundo junto, envolvido.”

O projeto Cirandeira é uma realização do Irpaa, em um ação integrada com o Pró-Semiárido, desenvolvido em Curaçá pela Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá - Coopercuc, numa parceria com a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR, que conta com recursos advindos de um Acordo de Empréstimo entre o Governo da Bahia e o Fundo Internacional de Desenvolvimento da Agrícola – FIDA. Essa formação foi a primeira de 12 encontros com grupos dos territórios rurais atendidos pelo Pró-Semiárido no Território Sertão do São Francisco. As próximas acontecerão nos municípios de Uauá, Campo Alegre de Lourdes, Sento Sé, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso e Casa Nova.

Texto e foto: Comunicação do Irpaa 


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