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Experiência das Escolas Famílias Agrícolas revela a necessidade de fortalecer a Educação Contextualizada

Experiência das Escolas Famílias Agrícolas revela a necessidade de fortalecer a Educação Contextualizada

Fortalecer a educação através do debate de temas como a Convivência com o bioma local, o acesso à terra, a valorização dos territórios, o direito ao saneamento e à comunicação, mudanças climáticas e gênero foi a estratégia utilizada no projeto “A convivência com o Clima e Bioma local como caminho para o bem viver”. A ação envolveu 13 Escolas Famílias Agrícolas – EFAs nos estados da Bahia e Sergipe.

O projeto buscou contribuir com a formação de educadoras/es através do debate da educação contextualizada, tendo como ponto de partida a Pedagogia da Alternância, um modelo desenvolvido pelas EFAs em que as/os estudantes relacionam os conteúdos vistos na escola com a prática vivenciada pelas famílias, fortalecendo os laços entre a escola e a comunidade.

Para Tiago Pereira, Diretor Presidente da Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido – Refaisa, um dos maiores desafios da educação é a aproximação entre as famílias e os estabelecimentos de ensino. “Historicamente as famílias não tiveram participação efetiva na construção do Projeto Político Pedagógico e do processo de ensino-aprendizagem dos seus filhos”, aponta Tiago, evidenciando o distanciamento comum visto no formato tradicional de educação.

Uma das formas de vencer esse distanciamento é dar ênfase à formação social, como já fazem as EFAs. Gisele Ramos, uma das profissionais que atuou como formadora no projeto, destaca que “o ensino realizado nas EFAs está preocupado com a formação política, social, humana e espiritual da juventude, que considera o conhecimento trazido de casa, fazendo a relação entre o saber intelectual e saber popular. Isso vai fortalecendo o olhar crítico da juventude”.

As atividades com as equipes das escolas (virtual e presencial) tiveram a função de fortalecer a visão multilateral das EFAs. Neste sentido, um dos debates que mais chamou atenção das/dos educadoras/es foi a análise de como a educação e a comunicação têm favorecido o distanciamento entre o povo e a realidade em que vivemos, o que contribui para a construção de uma sociedade que não consegue resolver seus problemas a partir de uma análise crítica da situação. Durante os encontros presenciais, realizados nas EFAs, as/os participantes foram convidadas/os a refletir sobre a imagem que os livros e a grande mídia fazem do Semiárido. “Eu tive a oportunidade de olhar a minha região, e não só olhar através dos livros”, revelou o professor Edclaudio dos Santos, da Escola Comunitária Família Agrícola de Ribeira do Pombal - ECFARP.

Para Josefa Garcia, também professora da ECFARP, o debate sobre educação e comunicação foi uma “releitura da contextualização”. Zefinha, como é conhecida a educadora, destacou a importância do encontro presencial, que na visão dela “permitiu ter uma maior interação”.

Além do encontro presencial e de videoaulas gravadas, o projeto realizou o Seminário “Desafios e potencialidades na contextualização do ensino nas EFAs”, que abordou as barreiras e perspectivas do trabalho da educação contextualizada nas escolas, a partir dos diferentes contextos. A professora da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, Ana Célia Menezes, discutiu sobre a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, um documento de caráter normativo que define o conjunto de orientações para a educação básica no Brasil. Para Ana Célia, que representou a Rede de Educação do Semiárido Brasileiro – Resab, “a BNCC não promove a justiça social”. Segundo a educadora, o documento fortalece ainda mais o cenário de desigualdade, transformando a educação em mera formadora de mão de obra.

Durante o Seminário Gisele Ramos compartilhou as percepções da educação contextualizada realizada nas EFAs a partir do olhar da equipe do Irpaa, idealizador do projeto. Gisele chamou atenção para a necessidade de as EFAs compartilharem mais as experiências positivas vivenciadas em cada unidade escolar, bem como aumentar o uso das produções científicas de educadoras/es e estudantes das escolas.

Inspiração

Outra participante do seminário foi a professora Michelle Laudilio, do Colégio Estadual Misael Aguilar Silva – Cemas, de Juazeiro. Ela apresentou a experiência de Educomunicação desenvolvida pela escola com a participação de estudantes. Diante da pandemia o colégio criou um canal no YouTube para levar informação sobre diversos temas. Agora, segundo Michelle, está sendo estudada a implantação de um jornal-mural na escola.

A participação das educadoras Michelle e Ana Célia despertaram na Refaisa o desejo de continuar debatendo os temas apresentados por elas. A Refaisa convidou as palestrantes para participar de um evento da rede e assim poder aprofundar os conhecimentos sobre a BNCC e a Educomunicação.


Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa


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