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Encontro discute comunicação popular e comunitária no Semiárido baiano

Encontro discute comunicação popular e comunitária no Semiárido baiano

 

O Encontro aconteceu em Feira de Santana, entre os dias 13 e 15 de janeiro deste ano. Durante três dias agricultores e agricultoras, técnicos e técnicas, coordenadores e coordenadoras e comunicadores e comunicadoras estaduais da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) tiveram seus sentidos aguçados durante o I Encontro de Comunicação da ASA Bahia. No ínicio, provocados pela mística de abertura que sugeriu os cinco principais sentidos humanos como representação de cada grupo, os participantes instigaram as cores, cheiros e sabores, e também o toque e a audição, assim como fez o homem ancestral a partir da necessidade de comunicar-se.

“Não estamos aqui por acaso. Estamos aqui porque defendemos a proposta de um mundo mais justo. Dentro da nossa proposta de sociedade temos a comunicação como uma tarefa política”, ressaltou Naidison Baptista, coordenador geral da ASA, convidado do evento que trouxe uma série de reflexões no âmbito da comunicação enquanto instrumento da proposta política de inclusão. “Somos ajudantes, os sujeitos são os agricultores e agricultoras. São eles e elas que fazem seus caminhos e suas histórias”, pontuou.

Experiências

Vários foram os momentos de troca e aprendizagens. Um deles foi a apresentação de experiências do Projeto Comunicação pelos Direitos (CPD), pelos jovens Antonio Jorge e Breno Santiago, que acontece na comunidade de Lagoa Grande, município de Retirolândia. O projeto de iniciativa do Movimento de Organização Comunitária com patrocínio da Petrobras, contribui para o desenvolvimento comunitário e o fortalecimento dos direitos das crianças e dos adolescentes e é também um incentivador do crescimento e aprimoramento profissional dos jovens comunicadores.

“O projeto além de informar, vem pra suprir essa falta de comunicação. E para reivindicar os direitos. As mães e os pais passaram a saber que ter merenda na escola não é por que o prefeito é bom, e sim porque é um direito das crianças”, disse Breno, um desses jovens que aos oito anos conheceu o Projeto CAT-Conhecer, Analisar e Transformar a realidade do campo e o Projeto Baú de Leitura, do MOC, e também integrou o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e hoje, aos 19 anos é jovem comunicador do Projeto CPD e como fruto e exemplo dessa caminhada, faz graduação em Comunicação Social, na Universidade do Estado da Bahia.

Outra experiência foi apresentada pela jovem Delaídes Paixão, uma das responsáveis pela Rádio Curaçá FM, uma rádio comunitária, exemplo de uma experiência de resistência. “A rádio comunitária existe para se pensar políticas e não politicagem”, afirmou Delaídes que assim como Breno e Antonio Jorge, dialogou com o público presente respondendo aos seus questionamentos.

Alguns agricultores também relataram suas experiências a exemplo do Sr. Genival, de Várzea da Roça que sonhou por 17 anos em ter sua cisterna e agora está colhendo os frutos da sua conquista com seu quintal produtivo e já pensa em ser o maior criador de abelhas mandassaia da região. Já o Sr. João Romão, agricultor familiar, afirmou que ficou “muito mais feliz” ao ver sua experiência sistematizada no Boletim e Banner Candeeiro, do que quando recebeu o seguro do Plano Safra, mostrando o quanto esses instrumentos são importantes na história de vida das pessoas.

Reflexões
Durante o encontro, muito foram os questionamentos discutidos em grupo e em plenária buscando refletir os processos de comunicação popular e de resistência a partir da perspectiva dos agricultores e agricultoras e também sobre a prática de comunicação da ASA Bahia na perspectiva de fortalecimento das ações de convivência com o Semiárido. “Como é feita a comunicação onde estou? Quais as formas e espaços de comunicação que os agricultores/as tem para se comunicar?”, “Quais as forças, recursos e instrumentos são utilizados a favor e contra a comunicação popular?”, “Em que medida nosso trabalho reforça ou potencializa o direito à comunicação do homem e mulher do campo?”, foram alguns deles.

Um dos grupos foi formado exclusivamente por agricultores e agricultoras presentes e muito contribuiu com sugestões por serem os sujeitos das ações dos comunicadores/as.

O processo de democratização da comunicação também foi pontuado no Encontro e ao final dos três dias os participantes tiveram a oportunidade de compreender melhor o papel estratégico da comunicação popular para convivência com o Semiárido, bem como o processo de articulação da comunicação em rede.

No último dia, dentre outras atividades aconteceu a eleição dos delegados e delegadas para o Encontro Regional de Comunicação com representantes dos estados da Bahia e Minas Gerais, que acontecerá em fevereiro próximo. Para finalizar todos participaram da “Mística da Semente”, quando os agricultores/as distribuíram sementes e todos/os os participantes/as simbolizaram o plantio, e ainda da mística “Jardim dos Sonhos” com a simbologia das flores e da água onde depositaram seus desejos para um Semiárido mais justo e uma comunicação mais democrática.

Fonte: MOC - Movimento de Comunicação Comunitária


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