Produção Apropriada
A diversidade natural do Semiárido brasileiro comporta práticas de manejo do território marcadas por relações sociais "arcaicas" e "modernas", includentes e excludentes; por atividades econômicas tradicionais, de pouca inserção no mercado, com baixo uso de tecnologia, em contraste com setores com tecnologia de ponta que utilizam dentre outras, a agricultura irrigada. Em ambas as situações, há consequências ambientais graves. Comporta, antes de tudo, uma forte concentração de terras e estrutura sócio política altamente paternalista.
A concentração de terras e de água tem sido um dos principais limitadores do desenvolvimento da agricultura familiar no Semiárido. Além de faltar uma política de crédito e acompanhamento técnico continuado voltado para atender às reais necessidades da população rural, desde aquela que vive e desenvolve sistemas de produção agrícola ou pecuário em áreas de sequeiro, àquela que desenvolve cultivos para auto sustento em pequenas áreas irrigadas.
A falta de terra em tamanho apropriado, as práticas de produção não apropriadas à região, o alto custo da produção, a baixa qualidade e o não beneficiamento dos produtos, a fragilidade nas organizações dos trabalhadores e trabalhadoras familiares, restringem os canais de comercialização, trazendo um baixo retorno econômico e levando ao empobrecimento da população rural.
Em climas semiáridos de todo o mundo, os povos tradicionais e nativos perceberam que o cultivo de plantas de ciclo curto não é a estratégia mais segura, visto que a irregularidade das chuvas e a alta taxa de evapotranspiração são impedimentos naturais que causam grandes perdas de safras.
A criação de animais, principalmente cabras e ovelhas, e o extrativismo tem se mostrado as estratégias mais acertadas para a agricultura familiar e tradicional das zonas semiáridas. A vegetação da Caatinga é por natureza um imenso pasto nativo com grande abundancia de plantas forrageiras e melíferas, principalmente quando em terras abertas, soltas, sem cercas. O extrativismo de frutas e fibras tem se mostrado uma atividade promissora desde tempos antigos e nos dias atuais se intensifica com o beneficiamento e comercialização de vários alimentos e produtos exclusivos da Caatinga.
O extrativismo e a pecuária no Semiárido são sustentáveis quando praticados em áreas abertas e comunitárias, exemplo encontrado nas Comunidades Tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, Quilombolas, Indígenas, dentre outros.
Compreender os limites, os desafios e as potencialidades do Semiárido e do Bioma Caatinga são fundamentais para o desenvolvimento de uma agropecuária familiar agroecológica nesta região, garantido a permanência das populações no campo com terra em tamanho apropriado e com territórios tradicionais assegurados a estas populações, contribuindo para a manutenção da Caatinga em pé.
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