Jovens
24.05.2016
Comunidade Fundo de Pasto sedia segundo encontro de jovens
Foi realizado, no dia 21 de maio de 2016, o segundo encontro de filhos e filhas de agricultores/as e criadores/as na comunidade de Sítio de Alexandre, distrito de Patamuté, em Curaçá-BA. O encontro reuniu jovens das comunidades tradicionais de Fundo de Pasto para discutir a conjuntura atual, questões agrarias e ameaças às comunidades tradicionais.
No primeiro momento, foi feita uma roda de carimbó, apresentada pelos jovens da região. Colaboradores/as do Irpaa iniciaram a discussão fazendo a linha do tempo da economia do Brasil a partir da implantação do plano real até os dias atuais, mostrando avanços políticos desde 2002 e a contribuição do povo nordestino, que mesmo assim são discriminados pelo simples fato de serem nordestinos.
Em seguida foi abordada a questão agrária, fazendo uma reflexão a partir da invasão dos portugueses até hoje, destacando a presença dos grandes latifundiários e discutindo sobre a realidade do município que está sendo tomado pelas mineradoras. Trata-se de elementos prejudiciais para as comunidades que realmente fazem uso da terra para produzir e cuidar dos animais.
Foi citado ainda a necessidade do/da jovem está inserido/a dentro das organizações na comunidade e nos espaços de discussões políticas, sendo o ponto forte da discussão o reconhecimento desses/as jovens enquanto comunidade tradicional de Fundo de Pasto. Outro ponto foi o fortalecimento da cultura da comunidade, trazendo uma roda de reisado, mostrando aos jovens a importância de se manter viva a cultura. “Eu achei muito bom que os jovens se reúnam na comunidade em busca de seus objetivos e que sejam unidos para alcançá-los”, diz Marcos André Ribeiro Reis, participante do encontro.
Para a jovem Maria Cristina Rodrigues Martins, da comunidade Cabaceira, em São Bento, representante da pastoral do meio ambiente, “o encontro de hoje foi muito proveitoso, foi muito bom e eu espero que não pare por aqui, que a gente continue nessa coragem, que a gente continue se apoderando e levando os nossos conhecimentos adquiridos em nossa caminhada para outras comunidades, que não deixe morrer o que aconteceu hoje para que a gente venha se tornar jovens protagonistas dessa mudança”.
Texto: Eugênio Silva Souza