Famílias camponesas permanecem fora do Perímetro Irrigado de Ponto Novo

Cerca de 40 famílias do Acampamento Terra Nossa estão desde o dia 22  (terça) alojadas em uma casa de mel e barracos de lona à margem da BR 407, próximo ao Perímetro irrigado de Ponto Novo (BA). Esta situação é decorrente de uma ação de despejo conduzida pela Polícia Militar da Bahia, ação esta que destruiu plantações de feijão, milho, mandioca, melancia, abóbora, batata doce, dentre outros alimentos que garantiam o sustento das famílias acampadas nos lotes do perímetro, além de cercas e 39 casas que também foram derrubadas. De acordo com uma das acampadas, Elenita Brasileiro Ribeiro, só ficou um galpão que estava sendo construído para as reuniões e demais atividades do acampamento.

Representantes do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) estão em contato com a justiça para que seja autorizada a perícia nos lotes 54 e 65, locais onde houve a destruição, mas, segundo um dos integrantes do movimento, até o final desta tarde não houve nenhum retorno.
 
De acordo com nota assinada por entidades e enviada à Comarca de Campo Formoso, este acontecimento “é mais um capítulo de uma história de resistência e luta de agricultores(as) e camponeses(as) que teve início com a construção da barragem no rio Itapicuru e posterior implantação de um projeto de irrigação”. Para implantação de tal projeto o Estado concedeu gratuitamente as terras que eram dos/as agricultores e agricultoras da região para empresários que ali investiriam em projetos de irrigação “voltados para o mercado, em prejuízo da subsistência das famílias que ali viviam”, diz a nota.
 
O MPA também divulgou nota que explica o fato e cobra do Estado e do Governo a fiscalização das irregularidades que ocorrem no perímetro oriundas da ação de empresários que, segundo o movimento, "inclusive envenenam a água que é distribuída aos municípios da região”.
 

Foto: Divulgação