Entre os dias 25 e 28 de janeiro, no Centro de Formação do Irpaa, em Juazeiro, um grupo de 52 pessoas moradoras de comunidades rurais de Casa Nova, Juazeiro, Sobradinho, Sento Sé, Canudos, Curaçá e Uauá, participaram de curso de Convivência com o Semiárido promovido pelo Projeto de Assessoria Técnica e Extensão Rural – ATER – desenvolvido pelo Irpaa no Território Sertão do São Francisco.
Com programação semelhante aos demais cursos já realizados pelo projeto, o diferencial deste foi a grande participação da juventude. O período de férias letivas favoreceu a mobilização das/os adolescentes que afirmam valer a pena a experiência a ser compartilhada também com os colegas no retorno das aulas. Josué da Silva Marques, de 15 anos, da comunidade de São Pedro, em Sento Sé, diz que aprendeu muitas coisas que podem ser aplicadas no povoado onde mora. “Aprendi como fazer ração para os animais, cuidar da criação, das plantas. Aprendi que a terra tem mais adubo perto da superfície. Se alguém me perguntasse antes sobre isso eu não sabia, agora eu sei e vou passar pra frene”, afirma.
Além dos conteúdos relacionados à origem, distribuição e medição da chuva, água no subsolo, filtragem da água, histórico do Semiárido, manejo alimentar e animal, histórico e tipos de agricultura, adubação orgânica, defensivos naturais, o grupo participou de visita técnica no Sítio Acauã para conhecer experiência com manejo sanitário e manejo reprodutivo de caprinos e ovinos. O manejo da caatinga e o perfil, estrutura e microbiologia do solo também foram apresentados no último dia de curso durante caminhada pelo espaço de treinamento Vargem da Cruz.
Naelson Brandão dos Santos, de 20 anos, e Elizangela de Souza, de 17 anos, já participam de grupos de jovem que vem discutindo a importância da permanência e a melhoria da qualidade de vida das famílias no campo, mesmo assim destacam que é importante que a juventude se aproprie desta discussão e coloque em prática o que está aprendendo. Elizangela participa das discussões sobre Fundo de Pasto na região de Canudos e Naelson preside o grupo de jovens GCAJ (Grupo Caatingueiro de Atitude Jovem) no povoado de Pau de Colher, município de Curaçá. Já Samuel Castro da Silva, de 20 anos, da comunidade de Amalhador, em Casa Nova, participa pela primeira vez desse tipo de atividade e diz que o curso estimulou a, de agora em diante, se dedicar mais a pecuária: “a gente pode reunir um grupo e comprar criação… quero levar o que aprendi aqui pra meu povoado, colocar em prática logo que chegar lá”, planeja o jovem.
Em fevereiro, o Projeto ATER realizará também um curso com o tema “Educação e Comunicação: diálogo necessário para Convivência com o Semiárido”, que contará também com ampla participação da juventude do campo.




