No próximo dia 18, sábado, a partir das 17:30, o canto de Tudo do DCH III/UNEB, em Juazeiro, recebe o fotógrafo João Zinclar para um bate-papo sobre sua trajetória no trabalho de registro fotográfico do Rio São Francisco. Zinclar lançou recentemente o livro “O Rio São Francisco e as águas no sertão”, um ensaio que reúne fotos tiradas ao longo de viagem pelo Velho Chico no intervalo de cinco anos.
Na oportunidade, o fotógrafo, que diz que a “água é um bem comum e não pode ser privatizada”, irá falar dos caminhos percorridos até o lançamento do livro, discutindo o atual cenário do qual o rio faz parte e a função da imagem fotográfica no fortalecimento das lutas sociais.
A atividade contará com a participação de entidades como CPT (Comissão Pastoral da Terra) e IRPAA (Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada) e é aberta à estudantes, professores, movimentos sociais, meios de comunicação e comunidade em geral.
“É gratificante colocar minha fotografia a serviço da luta do povo”
No livro, as imagens, intercaladas com frases e dados sobre a Bacia, expressam a riqueza natural do rio da integração nacional, a cultura do povo ribeirinho, como também as lutas contra as injustiças sociais que os aflige.

A evidência da diversidade natural, cultural, social, econômica e política é apresentada a partir de um conjunto de 192 fotografias. A abordagem política permeia a obra, que é fruto de um anseio em divulgar a vida do rio, das pessoas que dele dependem, os impactos provocados pela ação humana em todas as suas dimensões e a força dos povos ribeirinhos que seguem firmes nas lutas contra os grandes projetos que avançam em nome de um pseudo desenvolvimento, a exemplo da transposição das águas do Velho Chico.
Zinclar reforça a intencionalidade política da obra destacando que o fato do Rio São Francisco ser um rio nacional “o debate acerca do futuro de suas águas deveria ser nacionalizado. Senti necessidade de dar minha contribuição através da fotografia, a imagem sempre ajuda a informação”, sinalizou em entrevista publicada recentemente em alguns sites.
Muitas das fotos contidas no livro já foram usadas em produções jornalísticas, assim como foram também expostas em museus, praças, eventos e outros espaços que se propuseram a discutir a realidade do Rio São Francisco e da população que, indispensavelmente, depende dele para viver.
Ex-metalúrgico, militante de partido de esquerda e do movimento sindical, “o fotógrafo do Rio São Francisco”, como é chamado por alguns, contou com importante apoio do sindicato dos metalúrgicos de Campinas-SP, de uma gráfica e pessoas amigas que se dispuseram a colaborar com a concretização de mais um instrumento que, além de registro histórico, é um a valiosa fonte de informação para o debate acerca das questões ambientais, políticas e sociais presentes na realidade atual do Rio São Francisco.


