Agricultores e agricultoras familiares participam de curso de Convivência com Semiárido em áreas de irrigação

 

 
O Projeto de Assessoria Técnica e Extensão Rural – ATER realizou, entre os dias 24 e 26, curso para irrigantes. O evento aconteceu no centro de Formação Vargem da Cruz e contou com a participação de agricultoras e agricultores que trabalham com diversas formas de irrigação nos municípios de Juazeiro, Casa Nova, Sento Sé, Sobradinho, Curaçá, Canudos e Uauá.
 
Um dos objetivos do curso foi discutir os diversos sistemas utilizados para levar água de rios, riachos, poços, cisternas ou aguadas para a plantação, chamando atenção para a necessidade de pensar alternativas que viabilizem o uso racional da água. A partir de atividades práticas e teóricas, o curso abordou também a importância de se investir em agricultura orgânica e difundir cada vez mais as práticas agroecológicas.
 
Para o engenheiro agrônomo e colaborador do Irpaa, Victor Maciel, que foi um dos facilitadores do curso, a intenção é também contribuir com o entendimento de que não se deve associar a agricultura irrigada com o uso de fertilizantes químicos, algo comum no campo da irrigação. Além disso, o curso dá ênfase às possibilidades da prática da irrigação em locais onde não existem rios ou grandes fontes de água, a exemplo das áreas de sequeiro, onde as cisternas de produção, os barreiros e aguadas tem sido utilizados também para este fim.
 
A troca de experiências entre os técnicos do Irpaa e as/os participantes do curso enriqueceram as atividades, ressignificando o conhecimento e fortalecendo a proposta de convivência com o semiárido a partir do uso racional dos recursos naturais. O agricultor Elias Silva, que já tem experiência com agricultura orgânica na Aldeia Truká, em Sobradinho, avaliou o curso como um espaço que contribuiu para o aperfeiçoamento de suas práticas agroecológicas. “Eu ouvia falar muito nessa outra forma de trabalhar, sempre assistia na televisão mas não acreditava muito. Depois o técnico do Irpaa deu umas orientações e me convidou pra esse encontro. Tive curiosidade e quando chegar na comunidade já dá para fazer uma reunião e dizer que isso dá certo, tem futuro”, comentou Seu Elias ao final do encontro.
 
No próximo mês, entre os dias 07 e 10, outros/as agricultores e agricultoras poderão participar do II curso. A ideia é que, além dos técnicos e técnicas do projeto ATER, quem participou deste primeiro possa levar o convite a outras pessoas.