Jovens de oito municípios do Território Sertão do São francisco participaram de mais uma oficina voltada para a formação de agentes comunitários que prestam assessoria às comunidades através do Projeto Bahia Produtiva. O evento aconteceu nos dias 19 e 21 janeiro, e foi realizado através de uma plataforma virtual.
A oficina contou com a participação de formadores de diversas áreas do conhecimento e que trabalham temas debatidos no projeto. Um desses exemplos é a professora Rosilda Magalhães, da Universidade do Estado da Bahia – Uneb. Rosilda trouxe para a formação o debate do fortalecimento do sistema produtivo da pesca artesanal.
Segundo a professora da Uneb, “as populações ribeirinhas têm, do ponto de vista da pesca artesanal, muito potencial”. Para Rosilda, a pesca no Submédio São Francisco pode ser qualificada, especialmente na melhoria dos produtos. “Nós temos essa possibilidade de enriquecer, de dar valor, de melhorar a qualidade do peixe que vai para a mesa do consumidor”, apontou ela citando produtos como as iscas de peixe, que podem ser usadas como petisco e têm origem no aproveitamento da carne que sobra da produção do filé de peixe.
Ainda de acordo com Rosilda, o fortalecimento da pesca artesanal pode contribuir muito com a melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas, e assim colaborar para a permanência do povo nestas áreas.
Além da pesca artesanal foram debatidos temas como a criação de galinhas da canela preta, manejo reprodutivo de cabras e ovelhas e Segurança Alimentar e Nutricional, além de assuntos com foco na organização administrativa e produtiva dos grupos assessorados. A diversidade de temas tem sido uma característica nas formações de Agentes Comunitários/as de Apicultura (ACA) e Agentes Comunitárias/os Rurais (ACR), haja vista o dinamismo da agricultura familiar e a variedade de sistemas produtivos. Essa característica das oficinas nem sempre agradou a todos, mas se mostrou eficiente na prática diária das/dos jovens agentes comunitárias/os. “No início eu questionei, mas depois pensei: eu também crio bode”, confessou Alberto Barreto, apicultor que assessora comunidades em Campo Alegre de Lourdes.
Alberto foi um dos agentes comunitários que apresentou sua experiência durante a formação. Ele destacou o trabalho coletivo de formação que envolveu o Irpaa, a CAR e o Sebrae para fortalecer a Cooperativa dos Pequenos Apicultores de Campo Alegre de Lourdes – Coapical. Segundo Alberto, na terça (19), enquanto a formação acontecia, a Coapical estava fazendo a entrega de 100 tambores de mel, parte de sua produção que tinham vendido. “Em cada tambor tem um pedacinho de vocês”, expressou o agente comunitário durante a oficina. Alberto atribuiu o aumento de produtividade às formações pelas quais a cooperativa tem passado.
Para André Luiz, colaborador do Irpaa, a oficina alcançou o objetivo planejado. Ele destacou a participação do público da oficina e a qualidade dos debates. “A oficina teve um conteúdo muito rico, uma participação muito boa. A minha avaliação é de que foi proveitosa”, resume André.
O Irpaa assessora 23 grupos no Território Sertão do São Francisco através do Bahia Produtiva, um projeto da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR. O projeto é fruto de acordo de empréstimo entre o Governo da Bahia e o Banco Mundial.
Texto: Comunicação do Irpaa / Foto: Reprodução Zoom