Instituto Popular Memorial de Canudos amplia divulgação de suas ações nas redes sociais


Em 1893, nascia nas ribeiras do Irapiranga – Vaza Barris, o Arraial de Belo Monte. Popularmente conhecido na história por conta do massacre a milhares de pessoas inocentes. O massacre de Canudos, no interior da Bahia, tornou-se uma experiência fonte de inspiração e resistência para muitas outras lutas populares pelo fim da opressão. Belo Monte foi um local de acolhimento e partilha, onde as pessoas que chegavam, muitas delas camponeses e camponesas sem terra, ex-escravizados, moradores de fazendas próximas, tinham a oportunidade de viver em solidariedade, de produzir alimentos para seu sustento e celebrar suas crenças.

Na época, as repercussões do arraiá chegaram tão longe que incomodaram o Império, acreditando eles que aquela experiência seria uma tentativa de restaurar a monarquia no Brasil. E por conta disso realizaram quatro expedições com tropas armadas no intuito de pôr um fim àquela iniciativa. Para o poeta canudense José Américo Amorim, que já produziu muitas publicações tratando do assunto, a experiência de Belo Monte “é o grito dos excluídos, é grito dos negros, dos índios, dos camponeses. É a luta por justiça, é a luta por igualdade”.

Apesar dos acontecimentos no Arraial de Belo Monte terem se encerrada de maneira trágica, e da sua história ter sido contada, quase que exclusivamente, a partir do olhar de Euclides da Cunha, no seu livro “Os Sertões”, existem outras histórias que emergindo e sendo recontadas.

Para muitos ainda, quando se fala de Canudos, o que vem a cabeça é a guerra, sangue e morte, mas foi na perspectiva de desconstruir esta visão, que foi criado em 1993, o Instituto Popular Memorial de Canudos (IPMC). Durante a realização da Romaria de Canudos, quando celebrava-se os 100 anos do Arraial de Belo Monte, que diversas lideranças de entidades populares, como CPT, Irpaa, representantes da Diocese, das paróquias, da Cáritas, das comunidades, decidiram criar o instituto.

Segundo Vanderlei Leite, atual presidente do IPMC, “o instituto tem o papel de destacar a verdadeira história, a partir dessa experiência de fé, de organização popular, de resistência e que é contada pelos sobreviventes, pelos descendentes dos sobreviventes aqui da região” , e acrescenta que também tem como a finalidade “ser uma entidade de referência para alunos, professores, pesquisadores, qualquer pessoa ligada a causa popular de Canudos”

Desde sua fundação o instituto vem realizando atividades para manter vivo o exemplo histórico de Canudos. Seminários temáticos, trabalho de coleta e preservação do acervo histórico, publicação de almanaques, a realização das romarias são algumas das iniciativas desenvolvidas. Vanderlei conta que “nós mantemos na nossa sede uma pequena capela, onde tem guardado a madeira que foi considerado o estopim da guerra, está guardado também o cruzeiro que foi erguido por Antônio Conselheiro assim que chegou no Belo Monte, que é o cruzeiro centenário”.

Desde o início do ano que o IPMC, como forma de valorização da história e da memória de Canudos, criou suas redes sociais (Facebook e Instagram). O objetivo dessa iniciativa, de acordo com Vanderlei é criar um espaço “ de apoio e também para comentar, envolver outras pessoas nesta experiência de Canudos, sobre a vivência das comunidades tradicionais, sobre as lutas populares. Então consideramos que é um veículo importante dentro do instituto como estratégia de divulgar os ideais de Belo Monte”.

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Texto: Eixo Comunicação / Imagem de divulgação