Ao alcançar dez meses de execução, o Projeto Semiárido Produtivo realizou, o seu II Encontro Interestadual, que contou com a participação de agricultoras/es, equipe do Irpaa e diversos parceiros. O evento teve foco no debate sobre a viabilidade dos investimentos coletivos, proporcionando as/aos participantes uma visão detalhada das possibilidades e barreiras que os grupos produtivos poderão encontrar.
Egnaldo Xavier, Técnico em Desenvolvimento Agroindustrial da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR foi um dos palestrantes durante o II Encontro Interestadual do Semiárido Produtivo. Ele esteve com a equipe do projeto em dois momentos (na formação inicial e na visita à Coopercuc) e avalia que o grupo conseguiu avançar no conhecimento. “Eu vejo que houve um avanço daquele momento inicial que a gente teve, para este de agora”, aponta o técnico da CAR. Para Egnaldo o desenvolvimento da equipe pode ser atribuído a vivência nas comunidades.
Durante o Encontro Interestadual Egnaldo citou exemplos de investimentos coletivos que tiveram resultados ruins em outros projetos e avaliou os problemas que levaram aos maus resultados. O colaborador da CAR também apresentou bons exemplos e chamou atenção para aspectos fundamentais na implementação de agroindústrias da agricultura familiar, tais como produção agroecológica, certificação sanitária, planejamento e organização comunitária. Segundo ele é preciso saber “se tem gente organizada, atenta as questões para o desenvolvimento da comunidade… O patrimônio mais importante de um grupo são as pessoas e essas pessoas precisam estar organizadas. O elemento organização é fundamental”, detalha Egnaldo
Para Maria dos Santos, beneficiária do Projeto Semiárido Produtivo, que mora na Comunidade Quilombola Conceição das Crioulas, em Salgueiro-PE, a fala de Egnaldo casou uma reflexão sobre as potencialidades da comunidade e o que mais se adéqua como projeto de desenvolvimento e geração de renda. Ela conta que o grupo de beneficiárias/os de Conceição das Crioulas já tem os equipamentos para beneficiamento de frutas e gostariam de construir um espaço, mas a fala de Egnaldo a fez refletir sobre as limitações. “A gente não tem condições de ter essa casa [unidade de beneficiamento] no momento” afirma Maria.
O segundo Encontro Interestadual do projeto Semiárido Produtivo foi realizado no momento em que o projeto se aproxima da marca de um ano de execução. Nesse tempo, segundo Tiago Pereira, Coordenador Institucional do Irpaa, “foi possível finalizar todas as etapas metodológicas do processo de diagnóstico e agora é sistematizar um estudo de viabilidade”, informa Tiago. Segundo o colaborador do Irpaa, a previsão é que até o final de 2019 todos os investimentos já estejam implementados.
O primeiro ano de atuação do Projeto Semiárido Produtivo serviu para que a equipe do Irpaa fizesse um trabalho minucioso de busca das possibilidades de investimentos nas comunidades. O projeto levou para 27 municípios, de 5 estados do Semiárido, o debate sobre a produção apropriada e estruturação produtiva, através de eventos de planejamento e formações.
Debater a Convivência com o Semiárido durante todas as formações foi, segundo Tiago, fundamental, pois “foi constatada a necessidade que as famílias têm de aprofundar o debate de como conviver de forma digna nas comunidades, considerando as adversidades que a gente tem nessa região”.
O Projeto Semiárido Produtivo tem a realização do Irpaa e o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que esteve representado no evento, realizado entre os dias 29 e 31 de agosto.
Texto e foto: Comunicação Irpaa