A experiência de educomunicação e turismo pedagógico foram os atrativos que levaram cerca de 40 jovens de comunidades rurais do Território Sertão do São Francisco até a região do Cariri, no estado do Ceará, nos dias 21 e 22 de julho. O grupo, que faz parte do Projeto Bem Diverso conheceu as instalações e a forma de trabalho da Fundação Casa Grande, uma Organização Não Governamental que trabalha comunicação, cultura, lazer e turismo pedagógico com crianças e adolescentes.
A jovem Rafaela Rocha, da comunidade Melancia, em Casa Nova-BA, acreditava que adultos seriam responsáveis pela recepção. Logo Rafaela foi surpreendida, pois além de recepcionar visitantes, as/os jovens da Casa Grande desenham, pintam, escrevem, fotografam e participam de um ciclo de geração de renda para as famílias envolvidas com as ações da instituição. “O que me chamou mais atenção foi a cultura deles, os jovens estarem envolvidos nos trabalhos, não sair do seu local para procurar emprego. Lá mesmo tem o trabalho deles”, comenta a jovem de Casa Nova.
De acordo com Rafaela em sua comunidade também já existe um trabalho que envolve 25 pessoas, entre jovens e adultos. “A gente está trabalhando com apicultura e com a casa de beneficiamento que faz bolo, peta etc.” detalha a jovem de Casa Nova.
A visita à Fundação Casa Grande, segundo Lucélia Carvalho, da comunidade Baixão, em Pilão Arcado, serve de inspiração para que se possa valorizar a nossa região. Ela acredita que o exemplo visto no Ceará pode servir para que aconteça a “transformação social em nossas comunidades, em que podemos resgatar as culturas das nossas comunidades e envolver não só as crianças, mas também toda a família”, explica Lucélia.
A jovem de Pilão Arcado também destaca a forma de hospedagem, em que as famílias envolvidas com a Fundação Casa Grande prestam serviço de acolhimento dos visitantes, o que gera a “socialização entre quem se hospeda e as famílias que recebem”, aponta Lucélia.
O intercâmbio, na opinião de Camila de Barros, estudante de agropecuária e integrante da República de Estudantes do Irpaa é relevante pois permite “levar os conhecimentos de sua região e trazer outros para aplicar na comunidade, no grupo de jovens ou na associação”, afirma Camila. A estudante, que também visitou a experiência agroecológica de seu Zé Arthur, no Sítio Tabuleiro, interior de Nova Olinda – CE, diz que “é importante para o jovem saber que o Semiárido proporciona qualidade de vida, sem ter que se deslocar para regiões distante de suas comunidades”, explica.
Além da Fundação Casa Grande o grupo visitou o Museu do Couro e o Sítio Tabuleiro, em Nova Olinda, o Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri e a Colina do Horto, onde fica a estátua de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte.
O Projeto Bem Diverso é uma parceria entre o Irpaa, PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Texto e fotos: Comunicação Irpaa