O ano de 2018 começou com novidades para as famílias que estão participando do Projeto Semiárido Produtivo na Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Piauí. A equipe do Irpaa está visitando as 63 comunidades que serão atendidas pelo projeto e realizando as reuniões comunitárias, a primeira atividade com as famílias em suas comunidades.
Nas reuniões acontecem a apresentação do projeto, do Irpaa (instituição realizadora) e do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, (financiador do projeto). Também são discutidas práticas e conceitos da Convivência com o Semiárido e a comunidade apresenta o histórico econômico e social local, construído de forma coletiva a partir da linha do tempo e de outras metodologias participativas.
O Projeto Semiárido Produtivo, dentre outros objetivos, visa a estruturação coletiva e familiar para a produção, além de acompanhamento técnico. De acordo com Paulo César, coordenador do projeto, “as reuniões têm o objetivo de apresentar o projeto à comunidade e selecionar as famílias a serem acompanhadas”.
O Assessor Produtivo da Bahia, Jeferson Marques, diz que “as impressões são bastante interessantes. Está havendo bastante interação, a turma se dispõe a contribuir com as construções que estão sendo feitas”. Segundo o assessor, um dos elementos que mais chama a atenção das famílias é a proposta de Convivência com o Semiárido, defendida pela Irpaa.
Em Jacobina, um dos nove municípios baianos onde o Semiárido Produtivo está atuando, está a comunidade Várzea Nova, onde mais da metade das/dos participantes da reunião eram jovens. Entre eles Érica santos, que integra uma das famílias selecionadas para o acompanhamento no projeto. “O ponto positivo é que eles [as/os jovens] já vieram para a reunião, estão conhecendo o debate… Estão entendendo que é possível viver bem no campo, com vida de qualidade”, aponta Érica.
Já no município Antônio Gonçalves-BA, na comunidade Santana, o projeto deve contribuir para a organização das famílias, que foram fragilizadas com o assassinato de uma liderança local. Antes desse acontecimento trágico, comunidade obteve conquistas importantes como cisternas, água encanada e energia, fruto da luta daquela comunidade. “Quando foi para vir a energia teve uma parte da Santana que não iria ser beneficiada… Hoje todo mundo tem água e energia”, conta orgulhosa Karoline Leite, uma das selecionadas para o acompanhamento no Semiárido Produtivo.
Para Tamilles de Jesus, da comunidade Tabuleiro, em Monte Alegre-SE, a contribuição do Semiárido Produtivo está principalmente no fortalecimento da produção. Para ela o projeto trará “mais oportunidades de produzir, de aprender, de multiplicar, de diversificar a produção”.
As reuniões nas comunidades seguem até o mês de março. Após isso o Irpaa dará início ao processo de diagnóstico das propriedades das famílias selecionadas, o que servirá de base para as atividades seguintes do projeto.
Confira mais depoimentos:
Participação da juventude o Semiárido Produtivo – “O ponto positivo é que eles já vieram para a reunião, estão conhecendo o debate. Aqueles que é a primeira vez que estão ouvindo o que Convivência com o Semiárido, estão entendendo que é possível viver bem no campo, com vida de qualidade sabendo utilizar técnicas e formas de desenvolvimento no campo”
Érica Santos – Várzea Nova, Jacobina-BA
Aprendizado – “Eu gostei muito do projeto por que nós falamos de sementes, de palma, de culturas que nós estamos perdendo. Nós não guardamos as coisas para mais tarde… Aprendi alguma coisa a mais nesses dois dias de reunião: de guardar as sementes, de preservar a mata, beirada de riacho, palma, silagem e menos veneno, que a gente passa nas roças e acaba destruindo o meio ambiente da gente.”
Cristiane Cordeiro da Silva – Tabuleiro, Monte Alegre-SE
Texto: Comunicação Irpaa
Fotos: participantes das reuniões em Rio do Peixe, Capim Grosso e Tabuleiro, Monte Alegre-SE