Convivência com o Semiárido é pauta dentro da Univasf

 Nesses últimos anos, o debate da Convivência com o Semiárido tem despertado o interesse de estudo e pesquisas de diversas universidades. Nesse , as universidades da região do Vale do São Francisco vêm construindo espaços de troca de experiências e parceria com o Irpaa.

Uma das ações para conhecer e/ou aprofundar a discussão da proposta de Convivência com o Semiárido é a visita ao Centro de Formação Dom José Rodrigues, onde é realizado a trilha da Convivência. A trilha possibilita aos visitantes conhecerem na prática as tecnologias sociais de captação e armazenamento de água da chuva, cultivo de plantas forrageiras, criação de animais adaptados ao Semiárido, beneficiamento de produtos da região, além de dialogar a respeito trabalho do Irpaa a partir dos seus eixos de atuação do instituto.

O último dia 15, professoras/es e estudantes do curso de engenharia agronômica da Universidade Federal do Vale São Francisco (Univasf) realizaram a trilha, uma iniciativa que partiu do Núcleo de Pesquisa e Estudos Sertão Agroecológico da Univasf, através do professor Helder Ribeiro Freitas, no intuito de sensibilizar a universidade acerca da importância da Convivência com o Semiárido. “A gente compreende que toda formação principalmente na ciência agraria é homogênea na perspectiva para o agronegócio, principalmente aqui que você tem os perímetros irrigados (…) e a gente puxar essa discussão da Convivência com o Semiárido e da agricultura familiar nesse contexto, na verdade a gente tá buscando a sensibilização dos colegas”, pontuou Hélder.

Aos poucos os/as educadores/as e educandos/as têm despertado o olhar para agricultura familiar e a professora Cristiane Xavier, do curso de engenharia agronômica, acredita que isso é resultado dessa relação da universidade com entidades que lutam em defesa da Convivência com o Semiárido, a exemplo do Irpaa. De acordo com a professora, essa aproximação é “muito importante porque isso é extensão, a universidade faz parte da comunidade… a gente não pode apreender nos livros coisas que são de outro países, de outros estados brasileiros, a gente tem que apreender a nossa realidade e assim é possível”, afirma a Cristiane.

Durante a visita, o analista de desenvolvimento regional da 6ª superintendência da Codevasf, em Juazeiro, e mestrando da Univasf, Joselito Menezes de Souza, falou de uma nova tecnologia, criada com a intenção de ser mais uma estratégia de Convivência com o Semiárido. Ele criou um dispositivo de tratamento de água, para ser implantado nas cisternas e esse sistema está sendo instalado em minifábricas dos empreendimentos da rede sabor natural do sertão, que são assessoradas pelo projeto Ecoforte, executado pelo Irpaa.

“A água de chuva realmente tem uma qualidade muito boa (…), sem sombra de dúvidas na natureza é a melhor fonte de água, tanto do ponto de vista da sua facilidade de acesso, quanto também na qualidade no processamento da agroindústria, (…) então o sistema vai proporcionam o tratamento de água para que ela atinja o padrão exigido pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria 2.914”, diz Joselito. Ele ainda complementa que o dispositivo é de baixo custo e de fácil manuseio, sendo assim uma tecnologia social.

Além da visita dos/das docentes, esse mês os/as estudantes do mestrado profissional de Extensão Rural da Univasf tiveram uma aula no centro de formação do Irpaa. Na oportunidade eles/elas realizaram a trilha de Convivência com o Semiárido e conheceram as metodologias utilizadas na execução dos projetos de Assessoria Técnica e Extensão Rural – Ater desenvolvido pelo Irpaa.

Texto e fotos: Comunicação Irpaa