Saneamento é tema de debate com juventude na Escola de Formação do Irpaa

 Uma das novidades da 24ª Escola de Formação para Convivência com o Semiárido foi a discussão sobre o saneamento básico, que este ano também é tema da campanha ecumênica da fraternidade. O debate aconteceu na última terça-feira (12), no Centro de Formação Dom José Rodrigues, em Juazeiro.

As/os jovens estudaram a lei n° 11.445/2007 que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento, compreendendo que o saneamento básico é composto pelo abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgotos, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais. Após a leitura em grupo, as/os participantes pontuaram que na maioria dos seus municípios e comunidades a lei não é cumprida, a exemplo da ausência ou ineficiência da rede de esgoto, sendo em muitas casas substituídas pelas fossas, a ausência do manejo de água da chuva, entre outras deficiências presentes na prestação desse serviço.

De acordo com o Álvaro Luiz, colaborador do Irpaa e facilitador do debate, é de suma importância dialogar sobre o saneamento, considerando que os municípios estão no período de construção dos planos de saneamento e que esse planejamento precisa ser construído junto com a comunidade. “A população de maneira geral não conhece o que é saneamento, esses jovens podem ajudar a esclarecer e multiplicar essa ideia”, disse Álvaro ressaltando ainda que o saneamento é uma questão de saúde pública.

Alternativa para o meio rural

O saneamento básico na zona rural também foi foco do debate. Os/as jovens dialogaram sobre a Bacia de Evapotranspiração (BET), que é uma tecnologia simples de tratamento do esgoto (água oriunda do vaso sanitário) destinada a residências rurais que não possuem outra forma de coleta e tratamento do esgoto. Normalmente situada atrás ou ao lado das casas, a água e os resíduos do esgoto são reaproveitados no cultivo de plantas, especialmente bananeiras, que contribuem para o processo de evapotranspiração.

Hoje o Centro de formação D. José Rodrigues conta com a implementação da BET, que foi resultado do trabalho dos estudantes Júlio Cezar Novaes e Ildemar Alcântara que cursavam meio ambiente no Cetep e moravam na República do Irpaa. Segundo a jovem Fernanda Kelly Santana, do povoado Cruz de Alma, de Várzea da Roça, a Bacia de Evapotranspiração é tecnologia viável: “no salão da associação da minha comunidade tem uma para demonstração, lá tem cultivado banana, mamão e cana”, diz a participante da Escola.

A Escola de Formação para Convivência como Semiárido encerrou nesta sexta-feira (15) e este ano reuniu jovens da Bahia, Pernambuco, Maranhão, Alagoas, Piauí e Paraíba para debater temas relacionados com a proposta de Convivência com o Semiárido a partir dos Eixos de atuação do Irpaa.

Texto: Comunicação Irpaa
Foto: Noesio Santos (participante da Escola de Formação)