Rodeados pelo verde da Caatinga e debaixo do pé de Aroeira e Juá ‘Cola’ agricultores(as) das comunidade de Baixão da Grandeza, localizada no interior de Campo Alegre de Lourdes, avaliaram junto com a equipe do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) as mudanças ocorridas na comunidade com a chegada da Assessoria Técnica e Extensão Rural (Ater), executada pelo Instituto, a partir de convênio com Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O momento avaliativo aconteceu na tarde dessa última quarta-feira (20), com base nas ações desenvolvidas em um ano de projeto. Durante esse primeiro ano de assessoria, as famílias participaram de reuniões, visitas, formações, atividades recreativas entre outras atividades, visando à troca de conhecimento e participação dos(as) agricultores(as) na execução do projeto, fortalecendo a agricultura familiar e contribuindo na consolidação da proposta de Convivência com o Semiárido na região.
As dificuldades de acesso às comunidades, a pouca presença das políticas públicas voltadas para os agricultores(as) familiares, a desconfiança das famílias assessoradas, foram algumas das dificuldades encontradas no início da Assessoria, pontua Alan dos Santos, colaborador do Irpaa. Dificuldades que estão sendo superadas no decorrer do projeto, “hoje a gente já vê a confiança dos agricultores na Instituição, no projeto, o sorriso do agricultor em receber a gente na sua propriedade”, afirma Alan.
Para a agricultora Marizete Maria de Jesus, as ações de implementação e criação de projetos de estruturação produtiva familiar tem contribuído para o desenvolvimento das comunidades. Marizete conta que tem investido na criação de galinhas, atividade que contribui na segurança alimentar da sua família. Ela também comenta que “a presença dos técnicos é muito bom, por via disso a gente aprende a cuidar das criações… eles orientam muito a gente”.
Além de um momento de avaliação, o encontro tinha como objetivo planejar as próximas ações do Irpaa na comunidade, a partir das demandas dos(as) assessorados(as). Discutir o manejo alimentar da criação de cabras e ovelhas, manejo sanitários de galinhas, práticas no cultivo de hortaliça foram algumas das necessidades expostas pelos agricultores e agricultoras presentes no espaço de construção coletiva.
Alan destaca que os relatos e depoimentos dos(as) agricultores(as) nas atividades coletivas são muito importantes para avaliar se as ações realizadas estão atendendo as necessidades da comunidade. Além de contribuir na auto avaliação de cada técnico, enquanto colaborador do Irpaa e indivíduo social. “Hoje você já vê algumas famílias assumindo o discurso da Convivência, de vê o Semiárido com o olhar diferente a partir do trabalhado realizado nas visitas, nos diagnósticos e atividades coletivas” , disse Alan
Durante a reunião foi realizada a atividade recreativa com os filhos e filhas dos(as) agricultores(as). Espaço onde as crianças brincam e aprendem sobre a Convivência com Semiárido.
Projeto
Em um ano de projeto, iniciado em 2014, já foram assessoradas 800 famílias na região de Campo Alegre de Lourdes. A organização comunitária, a implementação e criação de projetos de estruturação produtiva familiar, a permanência das famílias em suas terras, o incentivo e fortalecimento do beneficiamento frutas da Caatinga, construção coletiva de conhecimento, considerando os saberes dos agricultores e agricultoras da região, são algumas conquistas do projeto. A assessoria técnica junto a estas famílias tem continuidade até 2016.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa