A caprinovinocultura das comunidades tradicionais é uma prática de grande potencial sócio econômico para as famílias da região do Semiárido. As cabras e ovelhas, animais adaptados ao clima da região, vêm garantindo alimentos (carne, leite e derivados) e renda para os/as criadores/as, a partir da comercialização. Entretanto, as/os agricultores/as encontram diversas dificuldades para comercializar o produto animal, seja a ausência de abatedouros e frigoríficos que atendam a demanda dos municípios e da Vigilância Sanitária, a presença dos atravessadores e a ameaça dos grandes grupos empresarias que tem investido na criação de caprinos e ovinos, melhorados geneticamente, porém não são adaptados às características da região semiárida.
Percebendo o potencial econômico da produtiva da caprinovinocultura, a capacidade de organização dos/das criadores/as em cooperativas e associações e a conjuntura política atual, os Territórios Sertão São Francisco, Território Piemonte Norte do Itapicurú e Território do Sisal estão dialogando e construindo ações conjuntas voltadas para a comercialização e manejo alimentar dos caprinos e ovinos desses Territórios, dentro do princípio da economia solidária.
A primeira ação dessa parceria é um projeto de pesquisa de mercado da caprinocultura, com o intuito de entender “qual é o caminho da comercialização do caprino e ovino, como sai do criador e chega no consumidor… quais as exigências sanitárias adequadas, os equipamentos e instalações necessárias para essa comercialização, através de entidades cooperadas”, explica José Moacir dos Santos , colaborador do Irpaa.
De acordo com Moacir, o debate de comercialização da caprinovinocultura é algo que já vem sendo realizado ao longo dos anos na região. Essa pesquisa vai fornecer elementos para viabilizar a produção, beneficiamento e comercialização dos caprinos e ovinos provenientes da produção de base familiar. Qual a estrutura física e organizacional necessária para garantir o abate e a comercialização das cabras e ovelhas? Qual a quantidade de animais comercializados nos municípios e quem vai gerir esses empreendimentos? Serão alguns dos questionamentos norteadoras dessa pesquisa.
Para garantir a concretização dessa pesquisa, foi realizado nessa quinta-feira (14), uma reunião na sede do Irpaa, em Juazeiro, que contou com a presença de Álvaro Gomes – Secretário do Trabalho, Emprego e Esporte, Milton Barbosa – Superintendente de Economia Solidária, Romário Meira – Coordenador do Centro Público da Economia Solidária, José Moacir – Coordenador do Eixo Produção do Irpaa, o Deputado Estadual Crisóstomo Lima, entre outros representantes do poder público e de entidades dos três Territórios.
Após esse diálogo, o próximo passo será a construção da proposta do projeto de pesquisa, para em seguida buscar os financiamentos junto ao poder público e demais entidades.
Texto e foto: Comunicação Irpaa