Durante dois dias, um grupo de agricultores/as familiares moradores/as de comunidades rurais de Sento Sé, contemplados pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), se animaram com experiências exitosas de Convivência com o Semiárido que conheceram durante Intercâmbio. As/os participantes viajaram por comunidades rurais de Juazeiro e Sobradinho para conhecerem práticas de outros/as agricultores/as, a exemplo da produção apropriada de alimentos, experiências com apicultura, criação de galinhas, gestão da água para a produção, beneficiamento de romã, assim como práticas de uma educação contextualizada realizada pela Escola Família Agrícola de Sobradinho (Efas), entre outras.
A partir destas percepções e também da troca de saberes, as/os participantes puderam conhecer várias oportunidades e as viabilidades de produção de alimentos a partir de uma gestão da água disponível, assim como a consolidação da proposta da Convivência com o Semiárido, que vem garantindo a qualidade de vida dos povos desta região.
Umas das experiências visitadas foi a de apicultura desenvolvida por alguns moradores/as da comunidade de Terra Nossa, em Sobradinho, com a Assessoria do Sajuc – Serviço de Assistência Socioambiental no Campo e Cidade. Eles/as iniciaram há pouco tempo, mas já apontam as viabilidades da apicultura na sua rotina de produção. “Foi uma descoberta muito importante…todo dia a gente aprende alguma coisa”, avalia a agricultora Maria das Dores, que informa que já perdeu o medo de trabalhar com as abelhas. Seu Adélio Nunes da Silva, apicultor de Sento Sé que conheceu de perto esta prática, algumas informações sobre os cuidados com a criação de abelhas vão ser decisivas para aprimorar sua prática com a apicultura que já desenvolve em Sento Sé.
O Coordenador do Projeto, o colaborador do Irpaa Álvaro Luiz Alves, explica que a ideia de um momento como este é apresentar uma gama de atividades e mostrar as várias possibilidades que a região semiárida pode oportunizar para os seus habitantes. “O pessoal não vai produzir tudo isso… mas a possibilidade de ter famílias produzindo bem, com uma alimentação adequada, saudável é cada vez maior com essa diversificação”, pontua.
Quem fez uma balanço geral de conhecimentos somados a partir deste intercâmbio foi o apicultor, agricultor e professor Edson Souza de Carvalho, da comunidade de Desengano. “É isso que a gente precisa aprender, a conviver … a chuva é escassa. Nós tiramos de lição que dá para a gente produzir com pouca água, como nós vimos em Seu José, com a produção de romãs [no Salitre, Juazeiro]”, aponta. Ele destacou também a importância da Efas para o desenvolvimento da região, contemplando filhos e filhas de agricultores/as, principalmente, de Sento Sé.
Momento lúdico educativo
No segundo dia do Intercâmbio, as/os participantes tiveram a oportunidade de interagir em uma encenação teatral realizada pelos colaboradores do Irpaa, Antônio Ivo e Raimundo Fábio, que trataram do tema dos problemas de uso de agrotóxicos nos plantios, assim como falaram da importância de uma alimentação saudável para saúde humana e do planeta. Após a apresentação, que aconteceu no Centro de Formação D. José Rodrigues, em Juazeiro, o grupo seguiu para conhecer outras experiências na comunidade de Cacimba do Silva, no mesmo município.
Os/as participantes do Intercâmbios são agricultores e agricultoras participantes do Programa Uma Terra e Duas Águas, da Articulação do Semiárido Brasileiro – ASA, realizado nesta região pelo Irpaa com financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento – BNDES. Estas pessoas são contempladas com tecnologias sociais, participam de cursos, intercâmbios de experiências, promovem troca de saberes, entre outras ações ao longo da realização do Projeto.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa