O Território Sertão do São Francisco foi mais uma vez espaço de compartilhar conhecimentos para agricultores e agricultoras beneficiados/as pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2). Dessa vez, os/as visitantes eram do Piauí, assessorados/as pela Obra Kolping, e durante os dias 27 e 28 desse mês conheceram algumas experiências exitosas a partir da prática de Convivência com o Semiárido.
O itinerário possibilitou a troca de saberes em Gangorra I e Cacimba do Silva, comunidades localizadas no interior de Juazeiro. Além de conhecer o Centro de Formação Dom José Rodrigues, os/as agricultoras/es também fizeram um passeio turístico pela casa de artesão e orla da cidade, conhecendo um pouco da cultura local.
Na comunidade da Gangorra, região do Salitre, os/as visitantes conheceram a experiência do beneficiamento da romã, realizado pelo agricultor José Barbosa de Souza Filho, que produz xaropes a partir da romã, entre outros cultivos. Já na Cacimba do Silva, o grupo visitou criadores/as de cabras, ovelhas e galinhas para postura, todos/as beneficiados/as com alguma tecnologia de captação e armazenamento da água da chuva, seja cisterna de produção, barreiro trincheira ou demais tecnologias. Foi visível que o Programa vem contribuindo e impulsionando os/as sertanejos/as a investirem na agricultura familiar, na criação de animais apropriados para o Semiárido, entre demais práticas que garantem a permanência das famílias no campo.
O agricultor Elias Manoel da Costa, morador de São Francisco de Assis, no Piauí, disse que muitas das práticas visitadas durante o Intercâmbio podem ser realizadas em sua comunidade, a exemplo da criação das galinhas para postura. Além disso, as paisagens naturais e a preservação da vegetação chamaram tanto a sua atenção, que seu Elias relembra a brincadeira que fez: “Se eu pudesse comprar um pedacinho de terra, eu vinha morar aqui para eu criar europa [abelha]”, diz o agricultor, que também trabalha com apicultura na sua região.
Para Iraides Araújo, coordenadora do P1+2 desenvolvido em Piauí, esses momentos de troca de experiência são de suma importância para os/as agricultores/as, pois eles permitem “pegar essas experiências aqui e levar pra a realidade deles lá e desenvolver algo para gerar renda para famílias, melhorar a alimentação, questão da segurança alimentar, que é o nosso forte no programa P1+2”, pontua.
Aprendendo com o lúdico
Uma dos instrumentos na troca de conhecimento foi a ludicidade, através da apresentação teatral dos personagens Ignorantenaldo e Frozina, interpretados pela/o colaboradora/o do Irpaa Alaíde Régia Sena e Antônio Ivo Rodrigues. Durante a intervenção, a dupla abordou a temática dos agrotóxicos e seus impactos ao meio ambiente, como a contaminação dos rios, o aumento de algumas doenças, entre outras agressões a natureza e ao homem.
A encenação contagiou as/os agricultores e agricultoras que, entre muitas gargalhadas, interagiam com os personagens, contando como está a realidade da sua região em relação à temática abordada por Ignorantenaldo e Frozina.
Texto e Foto: Comunicação IRPAA