Agricultores e Agricultoras assessorados/as pela Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido – Arcas, com sede em Cícero Dantas, realizou nos dias 17 e 18 o Intercâmbio nos municípios de Canudos e Uauá. O encontro contou com a participação de 32 agricultoras/es das regiões de Euclides da Cunha e Banzaê, na Bahia.
Em Uauá, a atividade aconteceu no sítio de S. Alcides Peixinho, na comunidade de Ouricuri, onde as/os visitantes puderam conhecer as alternativas de Convivência com o Semiárido existentes na propriedade, como as tecnologias de captação e armazenamento de água da chuva, plantio de cactos, a exemplo do mandacaru, e o cultivo de frutas e verduras orgânicas. Além disso, foi um momento de compartilhar os diversos saberes do povo sertanejo.
Os agricultores e agricultoras ficaram maravilhados/as com a presença da vegetação nativa no sítio, resultado da conscientização e luta da família de S. Alcides, que destina uma área para preservação do meio ambiente. Além de utilizar o plantio de cactos para alimentar as criações de cabras, o agricultor diz que não compra ração para as criações, “tudo vem da Caatinga” afirma. Ele ainda pontua a necessidade de calcular a quantidade de terra e água antes de plantar: “tudo que eu faço eu calculo, tenho tudo na cabeça”, diz orgulhoso.
De acordo com Valeria Rodrigues Souza, animadora de campo da Arcas, o Intercâmbio é uma oportunidade de demonstrar que a partir de práticas adequadas para a região é possível ter a soberania alimentar e uma boa qualidade de vida. O comunicador popular da Arcas, Sandorval Carvalho, destaca a animação e o respeito dos/as agricultores/as em participar desse momento de partilha de saberes, sabores e cultura.
“È um orgulho tá no meio dessa comunidade aqui”, diz Uilson de Jesus Souza, agricultor de Euclides da Cunha, depois de conhecer o plantio de maracujá e as demais plantações do sítio. S. Uilson pontua que há vinte e dois anos trabalha com o plantio de hortaliças e verduras para comercializar na feira e que a partir do que aprendeu no Intercâmbio pretende cultivar melancia e maracujá na sua propriedade.
Os Intercâmbios tem sido atividades cada vez mais valorizadas pelas entidades que atuam com o fortalecimento da proposta de Convivência com o Semiárido. Ao ver na prática os resultados de famílias e comunidades que vivenciam este modelo sustentável de desenvolvimento, as/os visitantes se animam e acabam replicando ao retornarem para suas regiões.
Texto e Foto:Comunicação Irpaa