Oficina avalia projeto em andamento com agricultores dos nove estados do Semiárido

Pesquisadores do Insa que desenvolvem a pesquisa nos territórios se reúnem em Campina Grade (PB) para avaliar a pesquisa de campo realizada e planejar novas ações.

No período de 11 a 14 de fevereiro, será realizada, em Campina Grande (PB), a 2ª Oficina de Trabalho com os pesquisadores envolvidos na execução do projeto de pesquisa participativa com agricultores familiares dos nove estados do Semiárido brasileiro. O projeto trianual é desenvolvido pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), em parceria com a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA Brasil).

O objetivo desta Oficina de Trabalho será restituir as atividades planejadas e executadas nos territórios durante o primeiro ano da pesquisa, discutir o processo metodológico de sensibilização e caracterização qualitativa dos agroecossistemas e planejar as próximas ações.

Em cada estado do Semiárido brasileiro o projeto envolve a participação direta de 100 agricultores experimentadores, entidades e parceiros locais e é constituído por várias etapas, dentre as quais já ocorreram a formação dos técnicos que atuarão nos territórios e a caracterização histórica das experiências desenvolvidas pelas famílias em suas propriedades. Esta etapa implicou no mapeamento inicial das estratégias utilizadas pelas famílias que vivem na região para a convivência concreta com eventos extremos, como é o caso das longas estiagens.

A metodologia utilizada no projeto se diferencia por priorizar a pesquisa participativa, ou seja, construir conhecimentos com base no diálogo e nas experiências implementadas nas comunidades com as famílias envolvidas com práticas de transição agroecológica. A Oficina irá discutir como se deu o processo de apropriação da pesquisa pelos agricultores experimentadores no que se refere à sensibilização dos conceitos e ferramentas metodológicas propostas. A construção coletiva da pesquisa privilegia a interação dinâmica e multidimensional na construção dos conhecimentos.

A próxima ação será aplicar um conjunto de indicadores de avaliação de sustentabilidade dos agroecossistemas, a fim de diagnosticar mensurar as estratégias mais viáveis que têm possibilitado que estes agricultores resistam e/ou se recuperem dos impactos dos eventos ambientais extremos. Dentre os atributos de avaliação de sustentabilidade a serem utilizados, estão: produtividade, autonomia, resiliência, gestão, adaptabilidade, estabilidade e equidade.

Os estudos socioeconômicos e ecológicos nas unidades agrofamiliares, realizados nos nove estados do Semiárido brasileiro permitirão, no final do projeto, a sistematização das estratégias agrícolas e sociais utilizadas pelos agricultores para a convivência com os longos períodos de estiagens.

Texto: Catarina Buriti (Assessoria de Comunicação do Insa)
Foto: Comunicação Irpaa