O que a Bíblia nos ensina sobre a Convivência com o Semiárido? Esta foi uma das questões que o curso O uso da Bíblia no Semiárido se propôs a responder entre os dias 14 a 17 de maio deste ano, no Centro de Formação Dom José Rodrigues. Na 14ª edição do curso, o tema abordado foi “Eu vim para que todos tenham vida em abundância”, onde aconteceu o estudo aprofundado sobre o Profeta Elias e o Evangelho segundo São João, correlacionando com a realidade atual de longa estiagem na região.
Cerca de 30 pessoas, entre elas jovens, missionários, produtores/as, lideranças comunitárias e professores/as, participaram dos quatros dias do encontro, contribuindo, além da participação, com o seu conhecimento e prática acerca do uso da Bíblia nos locais onde atuam.
Bíblia contextualizada com o Semiárido
Por causa da atualidade, este ano o encontro fez uma abordagem maior sobre a estiagem na Bíblia e no Semiárido, assim como estudou a palavra de Deus e seus ensinamentos de boas práticas para plena Convivência com o Semiárido, a partir dos recursos disponíveis na natureza e pela comunidade. Trouxe também uma reflexão critica acerca dos projetos de sociedade que tem sido implantados no Semiárido, desconsiderando as potencialidades da região.
João Gnadingler responsável pelo curso, explicou que o estudo foi voltado para a seca de três anos descrita pela Bíblia, na época do Profeta Elias e que este previu esta seca, a anunciou e se preparou. “Então ele (Elias) tem a previsão da seca. Como nós hoje em dia, esta seca foi prevista. É uma seca que volta a cada trinta anos. Nem todos acreditaram, mas a seca chegou. Então, o Elias previu a seca e anunciou. A primeira coisa é o que o clima da terra da Bíblia é muito semelhante ao do Semiárido. É a primeira mensagem de Elias, é que a Caatinga tem condições de conviver com um uma estiagem como esta”, esclarece João.
Utilizando-se de metodologias participativas, as leituras, os filmes, os trabalhos em grupos provocavam reflexões acerca das questões relacionadas à realidade do Semiárido, como a reforma agrária, a transposição do Rio São Francisco, a solidariedade dos povos, a defesa da preservação da natureza, a Convivência com o Semiárido, os projetos de desenvolvimento não adequados a realidade do Semiárido, entre outros.
Para um dos representantes da Associação dos Missionários e Missionárias do Nordeste (AMINE), José Sales da Costa, este encontro veio para contribuir muito com o trabalho missionário que realizam no Ceará. “Ele é baseado naquilo que a gente já faz durante a semana missionária. Vem ligar fé e vida. Pegar a leitura Evangélica e ligar com a realidade do povo”, afirma Sales.
O curso não terminou
Durante toda a programação do estudo as/os participantes foram instigados a estudarem e pensarem também como compartilhar os conteúdos nos retornos para as suas comunidades. A jovem de Curaçá, Taiane da Costa, que veio participar do curso pela primeira vez, já tem bem claro como pretende, junto aos/as outros/as jovens presentes, multiplicar o aprendizado. “A gente vai estar fazendo estes encontros na comunidade, uma dinâmica, filmes, palestras, tendo como pauta Jesus e a Samaritana. Todo material que a gente teve aqui como recurso, a gente vai está trabalhando em cima disto”, afirma Taiane.
“É muito interessante a gente parar um pouco para estudar e refletir sobre a Bíblia. Minha motivação maior é esta. No curso a gente tem mais essa oportunidade de estar refletindo e podendo levar alguma coisa a mais para os nossos estudos diários, na própria missa, nos encontros nas comunidades… juntamente com as outras pessoas que não podem participar”, afirma a participante veterana nos cursos da Bíblia realizado pelo Irpaa, a professora Maria Ferreira.




