O Movimento dos Trabalhadores Sem Terras (MST) promoveu nos dias 07 e 08 de dezembro o 13º Encontro da Regional Norte, no Assentamento Vale da Conquista, em Sobradinho (BA). O evento abordou assuntos como, Análise da Conjuntura Política e Agrária, Impactos do Agronegócio na Região, Políticas de Finanças do MST, entre outros assuntos.
O evento também teve como objetivo avaliar as atividades e ações desenvolvidas pelo MST neste ano de 2012 e traçar as novas estratégias para o movimento lutar contra os grandes latifundiários e o agronegócio. Segundo Paulo César Conceição de Souza, conhecido como PC, coordenado Regional do MST, o agronegócio tem como impactos o acúmulo de terras, aumento do desemprego e do êxodo rural, além de utilizar maior quantidade de agrotóxico, prejudicando a saúde do ser humano.
No primeiro dia do encontro, Márcio Matos, da Direção Nacional, fez uma análise interna do movimento, avaliando suas conquistas, as dificuldades encontradas e abordando possíveis estratégias para o MST realizar no próximo ano, tentando construir uma Política de Reforma Agrária mais justa e igualitária. De acordo com Márcio, a luta agrária está passando por momentos difíceis e de pouco investimento do governo: “independente de quem esteja no governo, o papel do movimento social é cobrar e lutar pelos seus direitos” ressaltou.
Eldo Barreto, colaborador do Irpaa, contribui na discussão, abordando assuntos sobre a agricultura familiar, os impactos das mineradoras, parque eólico e do agronegócio na região. Além disso, trouxe também o debate acerca da concentração de criatório de caprinovinocultura em mãos de empresários, tornando os criadores tradicionais empregados desses grupos.
O militante do movimento, Valmir de Oliveira, conhecido como Vavá, considera os encontros como uma oportunidade de trocar experiências entre os assentamentos. “O encontro permite incorporar a luta, as prioridades e como devemos melhorar dentro do movimento, o que é necessário abolir” comentou.
Conquistas dos MST
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, ao longo dos seus vinte e cinco anos na Bahia, tem conseguido reorganizar os assentamentos, implantar escolas, ter acesso ao ensino universitário, melhorar as infra estruturas e unificar as lutas de outros movimentos e entidades junto ao MST. Porém Seu Valmir lembra que “a conquista é lenta, tanto as dos bens materiais, como das conscientizações”.
Diante das conquistas do MST, PC avalia que a reforma agrária não avançou no governo Dilma, ocorreu diminuição orçamentária do Incra e suas normas dificultam o acesso da instituição nos assentamentos, também ressalta o crescimento do agronegócio. Ele aponta como tática de luta, a necessidade de organização e maior mobilização das/dos militantes, para fazer uma pressão ao governo e o agronegócio que é o oposto da reforma agrária, uma das principais pautas do movimento.
