Feira Territorial Vila da Economia Solidária em Juazeiro movimenta R$ 200 mil em vendas

Em Juazeiro (BA), a Feira Territorial Vila da Economia Solidária 2025 reuniu cerca de 10 mil visitantes de 163 municípios brasileiros, segundo a comissão organizadora. Estudantes, agricultores familiares e profissionais de diferentes áreas participaram do evento, que apresentou inovações, tecnologias e produtos regionais.

De acordo com Nívia Rocha, coordenadora administrativa do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), as vendas somaram aproximadamente R$ 200 mil, com destaque para o artesanato, culinária típica, peças indígenas, produtos do Armazém da Caatinga, peças em couro, licores e mel. “É um espaço estratégico que acolhe a diversidade. Temos cerveja de umbu, sorvetes e picolés de frutas da Caatinga, cooperativas de mulheres com restaurantes, pratos regionais como a umbuzada e o bode, além de artesanato e acessórios indígenas. Esse espaço é uma vitrine de inovação e mostra que, com tecnologias apropriadas, conseguimos comercializar alimentos e garantir renda mesmo em períodos de estiagem”.

A artesã de couro Zenóbia Vilas Boas, de 62 anos, foi uma das expositoras do evento. “As vendas foram boas e o público demonstrou grande interesse pelos produtos. Foi uma oportunidade importante para divulgar meu trabalho”, disse.

A jovem Belkis de Fátima Andrade, 19 anos, estudante de Agropecuária na Escola Família Agrícola de Monte Santo, em Monte Santo (BA), ressaltou a força do licuri – amêndoa de uma palmeira característica da Caatinga – para a geração de renda de mulheres e jovens. E exibindo no estande estavam produtos como, óleo para corpo e cabelo, hidratantes para corpo, sabonete líquido, como cosméticos, e azeites.

O fortalecimento feminino foi destacado por Neuraci de Jesus, vice-presidente da Cooperativa de Pescados de Sobradinho (COOPES): “Participar é muito importante para nós, mulheres. O espaço fortalece a cooperativa e contribui para nosso empoderamento”.

A diversidade cultural também esteve presente com a participação de nove etnias indígenas da Bahia e Pernambuco. Artesã do povo Tuxi, Rita Maria da Conceição, de 57 anos, da cidade de  Abaré (BA),  ressaltou o papel da feira na preservação da memória ancestral: “Esse espaço é importante porque nos dá apoio para mostrar nossa cultura. O indígena precisa ser valorizado, para que nossas tradições não morram e cheguem aos nossos filhos e netos.”

Mais de 100 expositores e cerca de 50 empreendimentos participaram da Feira da Economia Solidária nesta edição. Para Nívia Rocha, o balanço é positivo: “Além da comercialização, o evento promove encontros, celebrações e a continuidade das vendas, porque muitos expositores saem daqui com encomendas já firmadas. Isso mostra a potência da nossa agricultura familiar e da convivência com o Semiárido”.

A Feira Territorial Vila da Economia Solidária contou com o apoio da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), do Governo do Estado da Bahia, por meio do Programa Vem pra Feira — executado pela Superintendência de Agricultura Familiar (SUAF) da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) —, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), da Secretaria de Turismo, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), do Programa Bahia Sem Fome e do Irpaa.

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Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa

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