Comunidades buscam certificação como Fundo de Pasto em Macururé-BA

O que define uma comunidade como tradicional de Fundo de Pasto? Quais são os passos necessários para que esse reconhecimento se torne realidade e assegure direitos? Essas foram algumas das reflexões que marcaram um encontro realizado no último domingo (17), na comunidade de Tanquinho, em Macururé-BA.

O encontro reuniu, além de famílias de Tanquinho e de comunidades vizinhas, representantes da Câmara de Vereadores/as e da Secretaria Municipal de Agricultura de Macururé.

A atividade surgiu a partir de formações com estudantes do Centro de Formação Dom José Rodrigues, quando um jovem da comunidade, residente na República de Estudantes do Irpaa, situada em Juazeiro-BA, compartilhou que sua localidade apresenta características de uma comunidade de Fundo de Pasto, mas ainda não teve a oportunidade de solicitar a certificação junto ao Estado da Bahia.

Durante os diálogos, moradores e lideranças compartilharam experiências e destacaram a importância dos territórios tradicionais para a produção, a conservação ambiental — com a Caatinga em Pé —, a identidade cultural e a garantia de sustento das famílias.

Também foram apontadas preocupações com as ameaças crescentes nesses espaços, como a chegada de empresas e empreendimentos sem consulta prévia às comunidades e sem transparência quanto aos impactos previstos. Os/as participantes relataram suas realidades e modos de vida, evidenciando os desafios que enfrentam para proteger seus territórios tradicionais, fundamentais para a vida, a produção, a conservação ambiental e a manutenção das tradições.

Diante desse cenário, todas as comunidades presentes manifestaram o interesse em buscar a certificação como comunidades tradicionais de Fundo de Pasto, passo considerado essencial para sair da invisibilidade, reivindicar direitos e acessar políticas públicas específicas voltadas a essas populações.

O encontro encerrou com a reafirmação da necessidade de união e fortalecimento coletivo, defendendo que a organização social e a identidade cultural sejam sempre respeitadas como pilares da resistência e da continuidade dos modos de vida das comunidades de Fundo de Pasto.

_
Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Fotos: Equipe Irpaa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *