Garantir o acesso a alimentos de qualidade e em quantidade para pessoas em situação de vulnerabilidade social perpassa também pelo acesso à informação e formação acerca da realidade e sobre a garantia dos direitos básicos. Nessa perspectiva, uma das atividades que compõem o projeto ATER Bahia Sem Fome são as oficinas temáticas, que visam debater assuntos importantes para as famílias assessoradas.
Ao todo, serão 28 oficinas realizadas contemplando as 63 comunidades acompanhadas pela ATER Bahia Sem Fome, nos municípios de Campo Alegre de Lourdes, Canudos, Curaçá, Pilão Arcado, Sento Sé e Remanso, do Território Sertão do São Francisco (TSSF). Com a temática “Convivência com o Semiárido, inclusão social e Bem Viver”, a oficina reuniu na comunidade Pote, em Remanso, cerca de 45 pessoas, dentre assessorados/as do Projeto e integrantes das comunidades que se interessaram pela discussão.
O técnico do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Ivan Ferreira, que acompanha famílias rurais assessoradas pela ATER Bahia Sem Fome em Remanso, destaca a importância de realizar momentos formativos em “uma comunidade que dificilmente teve acesso à informação, uma comunidade que sempre foi excluída de algumas políticas públicas. E nós, como Irpaa, além de levar informação, também pensamos no Bem Viver dessas famílias. E o primeiro passo é a consolidação da Convivência com o Semiárido. É a gente aprender a conhecer essas mudanças, e essas características que o nosso clima tem, para a gente conseguir reduzir as dificuldades que existem nessas comunidades”.
O depoimento da agricultora Zilma Soares, da comunidade Pote, também reflete o quanto as formações são fundamentais para mostrar outras possibilidades da região semiárida. “Foi muito bom, falamos sobre a seca no Semiárido, sobre a Caatinga, como preservar a natureza, como cobrar nossos direitos e sobre a nossa juventude”.
Nesse sentido, o coordenador da ATER Bahia Sem Fome executado pelo Irpaa, André Luiz Pereira, reforça: “nós estamos trabalhando o básico da Convivência com o Semiárido. O que é necessário para viver bem com o clima, as linhas de água, as plantas que são mais adaptadas; porque a criação de animais dá mais segurança do que o cultivo de algumas plantas não apropriadas, como milho e feijão, se não for irrigado. São famílias muito carentes também nessa parte de educação, não têm acesso muitas vezes à educação convencional; então, é muito importante no início dessas atividades coletivas, a gente tratar temas de base fundamental”.
Os processos formativos das famílias assessoradas por esse ou qualquer outro projeto colabora na conscientização, sensibilização e formação crítica acerca de diversos assuntos, principalmente relacionados à Convivência com o Semiárido e à importância das políticas públicas. Nesse sentido, o acesso ao conhecimento contribui para que eles/as reivindiquem os direitos que estão sendo negados, como o direito à saúde, educação, moradia e à alimentação.
O projeto ATER Bahia Sem Fome é financiado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e do Programa Bahia Sem Fome, vinculado à Casa Civil da Bahia.
Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa
Foto: Eixo Produção Apropriada do Irpaa