Festival de cultura, formações, intercâmbios, espaços de lazer, cinema educativo e mais políticas públicas voltadas para crianças, adolescentes e jovens. Essas foram algumas das muitas reivindicações apontadas pelo público presente no Seminário da Infância e Adolescência de Curaçá-BA. Durante um dia inteiro, o público participante, de quase cem pessoas, teve a oportunidade de conhecer diversas experiências de ações realizadas no município, a exemplo de práticas esportivas, de capoeira e música.
No evento também foram discutidos assuntos como a importância do Conselho Tutelar, da segurança e apropriação das tecnologias e formas de permanência da juventude no campo, com geração de renda através de atividades como o turismo rural comunitário. Este último tema foi apresentado por Luiz Eduardo Ferreira, integrante do coletivo Carrapicho Virtual, da região do Salitre, em Juazeiro; o Coletivo tem como base o trabalho de Educomunicação com adolescentes e jovens.
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Em uma parte da programação, o público foi dividido em cinco equipes para apresentar o que eles/as pensam e desejam; essa atividade foi um dos momentos de destaque do Seminário. “Eu gostei da parte dos grupos, que a gente pôde dar as ideias”, destaca o pequeno Daniel Fernandes, de dez anos, que participa do Coletivo Cultural Galeota das Artes, de Curaçá.
Nesse mesmo sentido, a integrante do coletivo Jovens de Curaçá, Uauá e Canudos (Jovens Cuc), Bruna Barbosa, enfatiza que as propostas que surgiram na socialização dos grupos “são muito legais e podem ser concretizadas”. Ela também reivindica mais momentos de escuta. “Que haja mais eventos como esse, para que jovens e adolescentes possam participar e saírem com uma nova visão, uma nova experiência”.
Como encaminhamento, uma sistematização de todas as propostas será disponibilizada para os grupos e instituições envolvidas na atividade e que trabalham com crianças e adolescentes. A intenção é que o documento sirva de base para a atuação das mesmas. A Assistente Social do Município de Curaçá, Denize Carvalho, adianta que o evento já aponta caminhos. “Nós tiramos muitas propostas que vão além daqui. Então, com certeza, iremos precisar de outros momentos, porque a partir das ideias que foram definidas, outros momentos foram solicitados”.
Ainda sobre os anseios das crianças e adolescentes, o coordenador do Coletivo Galeota das Artes, Fernando Ferreira, pontua que é importante apoiá-los. “Me sinto honrado de ter participado junto com muito dos nossos brincantes e de ouvir as colocações das crianças durante a explanação das propostas. A gente vê que eles têm opinião, eles têm vontade e eles querem que o futuro seja melhor para todos eles. E nós, como adultos, pessoas da comunidade, a gente tem que ajudar a trilhar esse caminho, que vai servir não só para eles, mas como para gerações futuras”.
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Na programação teve apresentações culturais com alguns dos talentos do município, entre eles estavam os/as participantes do Galeotas e da Filarmônica 15 de Março, do distrito Barro Vermelho. Outro momento marcante do evento foi a participação do forrozeiro, cantor e compositor Del Feliz, que chamou a atenção dos presentes sobre a importância da valorização do forró e da manutenção das tradições, com o envolvimento das novas gerações.
A colaboradora do Irpaa, Thaynara Oliveira ressalta que o evento teve como um dos principais objetivos potencializar a integração “entre as organizações da sociedade civil. E aí, os principais grupos e coletivos artísticos, muitos estiveram conosco nesta construção; e também do poder público municipal. Então, o fortalecimento dessa rede em prol da defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes do município”.
O Seminário foi realizado pelo Irpaa, em parceria e com apoio das organizações locais: Coletivo Cultural Galeota das Artes, Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep Maria Araújo), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Secretaria Municipal de Educação e da Prefeitura Municipal. As atividades aconteceram no auditório do Cetep no último sábado (2) e o evento foi provocado por grupos e entidades parceiras, a partir de uma mobilização realizada pelo Irpaa no município.
Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa





