Barragem subterrânea é tema de formação realizada em Canudos

A barragem subterrânea é utilizada para a captação e armazenamento da água de chuva para a produção de alimentos, contribuindo para a segurança alimentar e nutricional das famílias agricultoras e maior geração de renda, através da comercialização dos excedentes. Para uma melhor compreensão sobre essa tecnologia, o Irpaa realizou uma formação no município de Canudos, nos dias 28 e 29 de novembro.

A formação foi dividida em dois momentos. No primeiro dia, os participantes conheceram as principais etapas que antecedem a construção de uma barragem subterrânea, como: locação, sondagem da área, nivelamento, dimensionamento, escavação, localização do poço, sangradouro, finalização da parede e ombreiras. Também foram abordados detalhes e informações sobre a manutenção da barragem, microbacias hidrográficas e recarga das águas subterrâneas; tipos de rochas no Semiárido, caracterização geoambiental em áreas com barragem subterrânea no Semiárido; além do acesso e utilização da água a partir dessa tecnologia.

Já no segundo dia, a equipe visitou duas famílias que possuem a barragem subterrânea, com o intuito de conhecer na prática como é feita a utilização e compreender quais são os desafios e avanços a partir da implantação da tecnologia. Uma das experiências visitadas foi a do agricultor Aderbal Farias, da comunidade Alto Redondo, em Canudos. A família possui uma barragem subterrânea que possibilita diversos cultivos, como plantas forrageiras, a exemplo da palma; e frutíferas como: goiaba, pinha, limão, seriguela e mamão. Aderbal conta que nos períodos em que a barragem está com sua recarga completa, a família consegue aumentar a produção com hortaliças, batata doce, feijão, milho, macaxeira, dentre outras cultivares.

Além do cuidado com a barragem, por ter uma relação muito forte com a natureza, a família de Aderbal desenvolve atividades de preservação das plantas nativas da Caatinga.

Momentos de estudos como esse têm contribuído para que a atuação da equipe nas comunidades seja assertiva, com um olhar sensível, que leve em conta as diferentes realidades e possibilidades em relação ao uso das tecnologias de captação e armazenamento de água.

Texto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa e com informações do Eixo Clima e Água