Rede Mulher avalia ações realizadas em 2023 e faz planejamento para o próximo ano

Maior produção de alimentos saudáveis; mais participação nas feiras agroecológicas nos municípios; ocupação de alguns espaços de debates e decisões; participação em festivais com o próprio estande de comercialização; e autorreflexões sobre a convivência familiar. Esses são alguns destaques dos avanços das mulheres rurais apresentados, a partir das ações da Rede Mulher do Território Sertão do São Francisco (TSSF), em 2023, evidenciados durante o Encontro de Avaliação e Planejamento Anual da Rede. A atividade começou ontem (16) e terminou no início da tarde de hoje, no Centro de Formação Dom José Rodrigues, em Juazeiro.

O Encontro reuniu mulheres dos diversos municípios do TSSF, que avaliaram as ações da Rede Mulher, como: agenda interna, espaços nos quais a Rede participou e repasses das iniciativas realizadas nos diversos municípios; além do destaque à maior participação das mulheres na produção e comercialização agroecológica. É o que ressalta a coordenadora municipal de Sento Sé, Jaciara Ladislau. "Sempre o homem dizia que a mulher ajudava, agora é uma coisa concreta que não é ajuda, a mulher trabalha na produção e muitas também têm aptidão de comercializar". Como resultado disso, há uma contribuição com a renda familiar e, muitas vezes, proporciona a autonomia econômica das mulheres.

Além da avaliação de atividades em 2023, o momento contou com o planejamento das ações a nível municipal e territorial, com o objetivo de fazer com que a Rede esteja mais envolvida também, por exemplo, nos processos de articulação das ações no nível estadual.

Na atividade foram traçadas estratégias para a Rede se autossustentar, pois até o momento, o coletivo vem se mantendo através do apoio das entidades parceiras. Por isso, Jaciara enfatiza que "Quando a gente faz o planejamento antes de janeiro, a gente consegue manter nossas agendas (…) e garantir espaço e recurso dentro das entidades parceiras". Esse planejamento com antecedência favorece as ações em parceria e possibilita a realização das visitas aos municípios, encontros produtivos, atividades de monitoramento, Feira da Saúde da Mulher em Remanso e Assembleia, que são algumas das ações anuais já confirmadas.

A coordenadora territorial da Rede Mulher, Gizeli Maria Oliveira, destaca que a Rede ganha maior visibilidade e se fortalece a cada ano. Entretanto, ela avalia que é um desafio trazer mais mulheres para somar nessa caminhada de luta por direitos, possibilidades e equidade. "Apesar de ficar feliz com esse espaço de avançar enquanto Rede, há uma preocupação, porque ainda são poucas mulheres que podem fortalecer a Rede nesse sentido de estar nos espaços de representação", o que ocorre devido às dificuldades enfrentadas pelas mulheres nas comunidades.

Texto e Foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa