Escola Família Agrícola discute o sentido da mística nos movimentos sociais e na vida

Ouvir, ver, tocar sentir, respirar… Um lugar, uma lembrança… Um texto, uma música, uma fotografia… Tudo isso pode estar envolvido numa mística, que nos proporciona condições para reconhecer, despertar para situações e inspirar a luta por dias melhores. São muitas as sensações e sentimentos que estão ligadas à mística, elemento fundamental para os movimentos populares.

Na última sexta (27), estudantes do 4º ano, professoras/es, monitoras/es e integrantes da direção da Escola Família Agrícola de Antônio Gonçalves participaram de uma formação sobre a mística no dia a dia. O encontro, que envolveu estudo de texto, práticas e reflexões sobre o fazer diário, provocou as/os participantes a refletirem qual o sentido da mística nas atividades dos movimentos sociais e na vida das pessoas. A mística “tem muito a contribuir com a minha vida, tanto profissional, quanto pessoal, pois nos momentos nas associações, juntamente, com as comunidades e no ambiente escolar ela tem muito o que acrescentar no nosso cotidiano, principalmente na questão de reflexão”, declara a jovem Maiara Silva, estudante do último ano do Ensino Médio. Para ela a mística é “uma forma de encorajar e enriquecer os conhecimentos”.

Em consonância com Maiara, a professora Luciana Lira afirma que a mística trouxe a reflexão. “Me fez refletir o quanto posso melhorar, trazendo reflexões de temas atuais que estão relacionados à nossa vida”, avaliou a professora. Para Luciana, a grande novidade foi perceber que a mística não é apenas um momento na abertura ou finalização de uma atividade. De acordo com a educadora, foi possível “perceber que a mística não morre ali e vai para além da sala de aula”.

A monitora Izabela Lírio acredita que, com um novo olhar do que é mística, “com certeza a gente vai conseguir desenvolver mais nossos trabalhos na EFA, não só dentro dos muros da EFA, mas além, quando esses jovens estiverem nas suas comunidades, quando estiverem atuando como técnicos”. Izabela destacou as sensações vividas durante a formação e disse que saiu do evento com “outro olhar de como se vive a mística”.

 

A formação mediada pelo Irpaa foi pensada a partir de uma demanda apresentada pela escola. Segundo Agmário Nunes, Coordenador Pedagógico, a escola pratica a mística no dia a dia, mas sentia necessidade de aprofundar o debate e melhorar o processo de reflexão com as/os estudantes. “Essa formação veio somar para que realmente a gente pudesse estar numa linha de reflexão aprofundada, trazendo mais elementos que venha favorecer a educação do campo”, expõe Agmário.

O evento foi finalizado com uma mística pensada por algumas/uns estudantes e monitoras/es da escola. O grupo realizou um momento de afeto e cuidado envolvendo todo o grupo que estava presente na escola.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação