“A realização do diagnóstico inicia com uma caminhada transversal na unidade de produção da família, juntamente com os membros da família, conhecendo as estruturas existentes, a criação de animais existentes, as culturas que são plantadas”, descreve Daiane de Souza Dantas, colaboradora do Irpaa, que atua como técnica no projeto Ater Agroecologia. A aplicação dos diagnósticos é uma das etapas de execução do projeto e tem como objetivo coletar informações dos agroecossistemas, desde dados acerca do quanto se produz, o quê e quanto se comercializa até os aspectos socioeconômicos, ambientais e fundiários.
Daiane reforça que, além das análises feitas sobre a dimensão produtiva, a aplicação do diagnóstico possibilita visualizar também outras questões, que são desde o nível de envolvimento de toda a família na produção e comercialização, como a participação da mulher e do jovem nestas relações produtivas. “A aplicação do diagnóstico vai nos subsidiar, nos dar um norte para a elaboração do plano produtivo, que é uma outra atividade que faz parte do projeto”, acrescenta Daiane, destacando que a partir do que foi identificado no diagnóstico, será possível elencar temas prioritários para o trabalho desenvolvido junto a família ao longo da execução do projeto.
Da comunidade Caiçara, município de Juazeiro, a agricultora familiar Maria Neves dos Santos, ressalta a importância do acompanhamento técnico realizado pelo Irpaa, e avalia como muito positiva a implementação do projeto em sua comunidade. “Aqui na nossa comunidade como nós temos o apoio da equipe do Irpaa, nos ajuda bastante, pois precisamos de um técnico nos acompanhando sim.(…) quando eles chegam e vão nos orientar a fazer um feno, uma forragem, já é uma ajuda”, conta Maria.
Ela também acrescenta que um instrumento que tem sido muito positivo, e tem ajudado ela no seu planejamento produtivo, é a Caderneta Agroecológica que ela tem utilizado a partir das orientações de registros. A agricultora diz que a implementação do projeto vai possibilitar um incremento na renda. “Como eu trabalho com hortaliças, a minha renda vai melhorar bastante, meu plantio de coentro e pimentão só vai crescer”, afirma Maria, que nesta semana teve sua propriedade visitada e o diagnóstico aplicado.
O projeto é financiado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), atuando nos municípios de Uauá, Curaçá, Casa Nova, Pilão Arcado, Juazeiro e Remanso. Este projeto, que iniciou em setembro de 2020 e segue até setembro de 2023, está assessorando 540 famílias de 24 comunidades, e tem como objetivo de desenvolver iniciativas agroecológicas de Convivência com o Semiárido e valorização dos saberes locais.
Texto: Eixo Educação e Comunicação / Foto: Eixo Produção Apropriada