Pequenas e pequenos agricultoras/es familiares dos estados da Bahia, Piauí, Pernambuco, Alagoas e Sergipe são beneficiados com o projeto Semiárido Produtivo, realizado através do Irpaa, há quase três anos. Ao todo, 400 famílias são contempladas, em mais de 20 municípios. A meta principal, desde o início do projeto, no final de 2017, é estimular as cadeias de produção da região e conscientizar as/os produtoras/es sobre a importância da Convivência com o Semiárido. Além de possibilitar que as famílias gerem as próprias formas de renda.
É o caso de Elenilda Doralice da Silva, da comunidade Sítio Monte Alegre de Palmeira dos Índios, em Alagoas. A agricultora foi contemplada com um galinheiro há 01 ano. “Eu tô criando galinha capoeira. Aí, quando elas estão pondo, eu vendo os ovos. Já vendi galinha”, diz.
O acompanhamento da assessoria técnica, por meio do projeto Semiárido Produtivo, contribui para o desenvolvimento das atividades produtivas através de visitas, reuniões, promoção de intercâmbios, entre outras ações. Neste momento de pandemia, no entanto, o trabalho, que antes era realizado em campo, ou seja, junto às famílias contempladas, agora está sendo feito de outra forma, segundo a Assessora Produtiva, do projeto, nos estados de Sergipe e Alagoas, Ana Cristina Oliveira.
“Nós estamos, na medida do possível, tentando fazer o contato com as famílias via telefone, mensagens, pelas redes sociais, para que a gente possa saber como estão se desenvolvendo, trabalhando. E a gente percebe que, no meio rural, no trabalho, que é esse tão precioso de produção de alimentos e reprodução da vida, as pessoas estão mantendo suas próprias atividades, claro, evitando ir para os centros das suas cidades”, explica.
Investindo nas produções familiares e possibilitando a construção de cadeias produtivas, o projeto Semiárido Produtivo, que é financiado pelo Fundo Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), incentiva a manutenção de atividades que geram renda e que, ainda, são sustentáveis e utilizam formas de trabalho que refletem os princípios da Convivência com o Semiárido.
Beneficiada com a construção de uma pocilga (curral de porcos) e um canteiro econômico, em sua propriedade, Cristiane Cordeiro da Silva, da comunidade Tabuleiro, localizada no município de Monte Alegre, em Sergipe, está feliz com a boa produtividade. “A minha criação era de outro jeito e quando ele [o projeto] veio, até a mim, ensinar, a minha produção, hoje, é melhor e, hoje em dia, eles (os porcos) têm um ambiente muito mais saudável para ficar”, afirma, em relação às vantagens da construção da pocilga. A agricultora comercializa os bacorinhos, que são os porcos novos, na feira da região, e cria outros para cortes.
Já o canteiro econômico, que favorece a economia de água no plantio na região do Semiárido, pois utiliza uma quantidade mínima de água para o cultivo de hortaliças, também tem trazido muita alegria para Cristiane, que fala com orgulho da sua horta cheia de variedade e saúde. Hortelã, berinjela, alface, fava, couve, pimenta biquinho, brócolis. Tudo isso está na horta da agricultura e é tudo orgânico, natural. “Quem me trouxe até aqui foi o Semiárido Produtivo que, pra mim, foi uma escola que eu aprendi bastante e estou aprendendo”, destaca.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa