Produção de máscaras gera renda para grupo de mulheres de Juazeiro

Desde a primeira notificação de Covid-19 no Brasil, em fevereiro, a situação agravou-se de maneira exponencial. A chegada do vírus, aumentou significativamente o número de desempregados/as, a desvalorização da moeda e da renda. Segundo dados do IBGE, estima-se que 80 milhões de pessoas necessitarão do auxílio emergencial que hoje é disponibilizado pelo governo federal.

Na Bahia, como estratégia de mitigação dos efeitos da pandemia e valorização dos pequenos e médios empreendimentos, o governo do estado tem lançado diversos editais, dentre eles, o de produção de máscaras, que tem contribuído diretamente com milhares de pessoas, em especial com mulheres que se organizam em associações, cooperativas para o trabalho de corte e costura.

Um exemplo é o do grupo Flor da Caatinga, na comunidade Malhada da Areia, município de Juazeiro, que desde o início da pandemia, já organizou um trabalho para confecção de máscaras para serem comercializadas na comunidade e adjacências, como mais recentemente, em parceira com a Casa do Artesão de Juazeiro, acessou o edital emergência do governo do estado.

De acordo com Monique Maiara de Oliveira Silva, presidenta da Acarcos – Associação Cultural e Artística de Radiodifusão Comunitária Sertaneja FM, e do grupo Flor da Caatinga, “o edital veio num momento muito bom, pois estamos conseguindo ganhar uma renda neste momento de pandemia. Estamos trabalhando bastante. As nossas costureiras, o nosso grupo da Acarcos estão produzindo bastante, graças a este edital”. O grupo iniciou a produção das máscaras no mês de maio e até então já confeccionou mais de 20 mil. A produção de máscaras segue até o mês de setembro.

Assessoria técnica fortalece produção
O grupo nasceu em 2011, com o apoio da extinta Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), que iniciou um processo de qualificação em corte e costura com 20 mulheres da comunidade. Atualmente, o grupo está sendo assessorado pelo Irpaa através do projeto Pró-Semiárido, e recebeu um investimento para conserto e aquisição de novas máquinas, equipamentos e insumos para a produção. O projeto é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) do Governo do Estado e cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

A colaboradora do Irpaa que acompanha os trabalhos na comunidade, Aline Nunes avalia como extremamente positivo as ações de formação desenvolvidas, pois contribuiu para consolidar o grupo. Ela explica que, os diversos debates sobre gênero, comercialização e diversificação da produção, além das inúmeras oficinas que ocorrem, tem sido um caminho para mostrar que a atividade não é apenas recreativa, mas sim para garantia de renda. “Esse tem sido o diálogo, que essa seja uma fonte de renda para essas famílias. Há um investimento de tempo, investimento de recurso, então também é importante que haja um retorno financeiro para estas famílias”, afirma Aline.

Monique reforça a importância da parceira do Irpaa com a comunidade, e que a realização de rodas de aprendizagem, treinamentos, foram muito importantes para o intercâmbio com experiências de grupos e outras formas de trabalhar o artesanato.

Texto: Comunicação Irpaa / Foto: Acervo Irpaa