Empreendimentos da agricultura familiar dos municípios de Remanso, Campo Alegre de Lourdes e Pilão Arcado, participaram de uma reunião para discutir o andamento do Projeto Bahia Produtiva. O encontro, realizado dia 12 de dezembro, em Remanso, visou orientar as associações e cooperativas sobre o andamento da parte física do projeto e cuidados administrativos, além de discutir problemas e construir coletivamente saídas para superar os desafios encontrados.
Lucília Freitas, presidenta da Associação de Pescadores e Pescadoras de Remanso – APPR, considera importante a reunião proposta pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR. “Achei produtiva porque ele [Wecslei Ferraz, representante da CAR] trouxe vários pontos que vêm orientar como a gente trabalhar junto a esse projeto, como a gente precisa melhorar, como a gente precisa cobrar, tanto deles, como de nosso ACR”, avalia a pescadora.
Durante a reunião, Wecslei Ferraz, que é Coordenador de Assistência Técnica do Projeto Bahia Produtiva, disse que esse tipo de evento gera a oportunidade de fazer um panorama dos convênios, dos contratos e dos serviços de uma forma geral. Em Remanso, ele destaca a possibilidade que teve de “chamar a atenção dos presidentes, dos envolvidos sobre a responsabilidade que é lidar com recursos públicos, a responsabilidade que é com a melhoria da qualidade de vida dessas famílias que estão envolvidas”.
O coordenador fez uma conversa pontuando situações que podem gerar problemas para as associações, mas também apresentou possibilidades que os grupos podem aproveitar, especialmente no que diz respeito à comercialização. Wecslei disse ter percebido que as/os participantes estão interessadas/os em buscar conhecimento e que isso deve contribuir positivamente para a superação dos desafios. “Nosso objetivo é trazer essas informações com mais tranquilidade, com troca de informações, experiências, escutar como está o dia a dia deles e propor alternativas para que a gente possa alcançar o máximo de resultado no final do projeto”, detalhou o integrante da CAR.
Para Lucília Freitas, uma grande necessidade das/dos pescadoras/es é ter uma assessoria específica para a área de pesca. Na opinião da presidenta da APPR, ter alguém específico dessa área acompanhando os trabalhos é “você estar falando a mesma linguagem”. Sobre esse assunto, Wecslei apresentou como opção um conjunto de formações que o projeto realizará com foco nos diversos sistemas produtivos. O representante da CAR solicitou que as associações ligadas à pesca façam um pedido formal em conjunto para receber a formação custeada pelo projeto Bahia Produtiva. O Irpaa, que faz assessoria à Colônia de Pescadores Z26, de Pilão Arcado, ficou responsável por articular os três grupos para formalizar o pedido.
A presidenta da APPR, relatou ainda dificuldades encontradas no beneficiamento e comercialização do pescado. “Temos o nosso produto, beneficiamos, mas ainda não está dentro dos padrões que são exigidos”, argumenta Lucília, apontando problemas na legislação sanitária, que contém exigências incompatíveis com a agricultura familiar e acaba reduzindo o alcance dos produtos das/dos pescadoras/es.
Uma conquista citada na reunião e que tem ajudado os produtos da agricultura familiar a ganharem novos mercados é o Serviço de Inspeção Municipal – SIM, que foi implantado em Juazeiro, Uauá, Sobradinho, Casa Nova e Remanso, através das prefeituras municipais. Recentemente o Consórcio de Municípios que tem atuação em todo Território Sertão do São Francisco fez a sua primeira certificação.
Texto e Foto: Comunicação Irpaa