Juventude do Semiárido protagoniza mais uma Escola de Formação realizada pelo Irpaa

Em sua 26ª edição, a Escola de Formação para Convivência com o Semiárido teve início no último dia 06 e vai até o dia 17 deste mês. Mais uma vez tendo a juventude como público-alvo, o evento, que é organizado pelo Irpaa, reúne cerca de 40 jovens oriundos dos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Ceará, Piauí, Paraíba e Minas Gerais.

Com uma diversidade de origens, sotaques, costumes e formas de protagonismo em suas comunidades e regiões, o grupo tem vivenciado uma série de atividades na programação que acontece no Centro de Formação Dom José Rodrigues. A abertura do evento contou com a participação de colaboradores e colaboradoras do Irpaa que deram as boas vindas aos participantes.

Um dos organizadores da Escola, o colaborador da instituição, Judenilton Oliveira, ressalta a motivação dos/das jovens de participarem da Escola, mostrar curiosidade, vontade de aprender e de compartilhar ao retornarem para seus locais de atuações. Ele aponta a importância de debater com essa juventude temas como a “defesa das terras e territórios, democratização da comunicação, acesso à terra, água e outros direitos que são negados”. Para Judenilton isso só fortalece a luta do Irpaa e instituições parceiras pela Convivência com o Semiárido.

Uma das participantes da Escola, Miriam Fernandes, integra o Instituto EloAmigo, em Iguatu, no Ceará e menciona a Escola de Formação como uma grande possibilidade de troca de conhecimento, o que a fez se esforçar para está presente. Miriam faz referência a uma das discussões ocorridas no segundo dia do evento que trouxe para o debate o protagonismo da juventude, problematizando os principais desafios e formas de expressão da juventude no Semiárido. Para a jovem técnica em agropecuária, a carência de políticas públicas ainda é algo que precisa ser superado, “mas a gente tenta lidar da forma que pode, de acordo com nossos recursos, não deixar que isso se apague porque é sempre importante defender os ideias dos jovens”, provoca.

Nessa perspectiva, o participante Joanderson Marques Gonçalves, da região de Irecê, na Bahia, cita sua experiência com o curso de Engenharia de Produção em Salvador, inicialmente com o objetivo de atuar nos grandes setores do mercado. Mas ao observar a viabilidade da agricultura familiar e partir do aprendizado com seu pai, o jovem diz ter passado a olhar para o curso universitário com outro objetivo: “depois que eu descobri esse link, essa conexão eu falei que se depender de mim esse vai ser meu objetivo de vida, eu vou trabalhar, me capacitar para poder trazer esse benefício para a comunidade”, declara. Joanderson, que foi indicado pelo Ipêterras, alimenta a expectativa de que a sua participação na Escola vem a reforçar esse ideal.

A Escola

A Escola de Formação para Convivência com o Semiárido acontece anualmente desde 1992 com o foco de formar multiplicadores e multiplicadoras da proposta de Convivência com o Semiárido. A cada ano, instituições dos diversos estados do Nordeste e de Mingas Gerais que atuam nessa perspectiva enviam representantes para participarem da Escola, as/os quais, no último dia, firmam compromisso em compartilhar o que aprenderam ao voltarem para suas comunidades e regiões onde atuam.

Texto e fotos: Comunicação Irpaa