O Projeto Bahia Produtiva está iniciando o segundo ano de assessoria técnica desenvolvida pelo Irpaa. Uma das primeiras atividades realizadas nesse momento de continuação dos trabalhos foi uma Oficina de Formação de Agentes Comunitários Rurais e de Apicultura. Na oportunidade as/os agentes comunitários, a equipe do Irpaa e assistentes territoriais da Companhia de Desenvolvimento Ação Regional – CAR discutiram formas de os empreendimentos avançarem no cumprimento dos objetivos do projeto, principalmente no acessos a mercados e geração de renda.
O Agente Comunitário de Apicultura (ACA) Leonardo Brito, da comunidade Ladeira Grande, em Casa Nova, avalia que o primeiro ano com o acompanhamento do Irpaa como entidade que presta assessoria técnica foi produtivo, tendo em vista o desenvolvimento das/dos agentes.
Leonardo destaca a parceria entre Associação, o Irpaa e a CAR para a formação dos agentes, além do desenvolvimento das atividades no campo. “As coisas começaram a clarear para a gente depois que começamos essa parceria”, relata. O Agente Comunitário de Apicultura avalia que “esse projeto não é tão fácil o quanto a gente achava que fosse e também não é tão difícil… É só uma questão de encaixar uma coisa com a outra e tentar no coletivo”.
Em Ladeira Grande já foram percebidas mudanças significativas como a implantação de tecnologias e uma visão diferenciada da produção, o que Leonardo atribui às formações. “O pessoal começa a entender que a qualidade do produto é a alma do negócio e o aumento da produção depende muito do manejo”, argumenta o agente.
A melhoria na qualidade é o que, na opinião de Leonardo, mais merece ênfase. Segundo o agente de apicultura os apicultores apresentam mudanças positivas, “tanto na qualidade do mel, quanto na qualidade da cera, quanto na qualidade do enxame”, detalha.
A melhoria na qualidade foi acompanhada do aumento na produção, proporcionada pela maior quantidade de chuvas e melhoria nas técnicas de manejo. O bom resultado foi notado principalmente na apicultura, mas também em outras áreas. Isso certamente tem a contribuição da assessoria técnica desenvolvida pelo agente de apicultura, que trabalha também outras áreas da produção. “Não é só na área de apicultura como nas outras áreas também… A gente sempre passa o que a gente aprende” explica Leonardo, que cita como exemplo as orientações que dá para o manejo sanitário do rebanho.
Em Lagoa do Boi, Juazeiro, o projeto também conquistou avanços importantes. A Agente Comunitária Rural – ACR, Gilvânia Santana, chama atenção para a disseminação do uso de técnicas de manejo do rebanho, como uso de sal vermífugo produzido pelas/os próprias/os criadoras/es e principalmente o fortalecimento das ações coletivas. “Hoje com o projeto, com reuniões, com atividades, as oficinas, eles [beneficiárias/os] já fazem mais coisas em grupo”, explica Gilvânia que também revela que o fomento (recurso financeiro que poderia ser utilizado individualmente) servirá para a construção de uma casa de ração coletiva.
Importância das formações
Leonardo Brito classifica a última formação como a melhor já realizada. Ele diz que houve amadurecimento das/dos agentes. De acordo com o agente de Ladeira Grande, a formação é o momento de trocar ideias, socializar problemas e buscar soluções. “Acho que é nesses momentos de formação que a gente amadurece como profissional”, detalha. Para Gilvânia Santana a metodologia dos encontros têm feito a diferença. “Brincadeiras, atividades em grupo, oportunidade de falar e inclusive cobrar”, na opinião da ACR, facilitam o aprendizado.
Na visão de Lorena Melo, Assistente Territorial do Projeto Bahia Produtiva da CAR, “o que se pensou de Ater tem sido interessante porque a gente avançou além daquilo que estava previsto e isso é uma coisa gratificante porque nós temos os filhos das comunidades que estão desenvolvendo um trabalho de valorização da agricultura familiar”.
Ao opinar sobre os resultados, Ivonaldo Rodrigues, colaborador do Irpaa que acompanha o projeto, diz que no segundo ano os efeitos podem ser ainda melhores. De acordo com ele, no primeiro ano as associações precisaram se adequar à “dinâmica diferente” do projeto, onde os próprios empreendimentos gestam os recursos, contratam a/o jovem para fazer a assessoria técnica e se responsabilizam pelos processos administrativos e financeiros do convênio.
Ivonaldo conta que outro grande desafio foi capacitar as/os jovens das comunidades para fazer assessoria, mas o colaborador do Irpaa revela que houve um avanço muito grande na preparação de Agentes Comunitários Rurais e de Apicultura para auxiliar nas atividades das comunidades.
O projeto Bahia produtiva é uma ação do Governo do Estado da Bahia, executado pela CAR, empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR, a partir de acordo de empréstimo firmado entre o Estado e o Banco Interamericano de Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial).
Texto: Comunicação do Irpaa
Fotos: Ivonaldo Rodrigues, Alessandro Santana e Juci Carvalho