O projeto Semiárido Produtivo está realizando o diagnóstico das unidades de produção familiar, nas quais estão famílias selecionadas para participar do projeto. A ação, desenvolvida por entidades da sociedade civil, contratadas pelo Irpaa, está revelando o alto potencial produtivo que tem o Semiárido, com base na ideia de Convivência com o clima local.
Frutas, verduras, criação de galinha, de porco ou de bode, são algumas das atividades desenvolvidas pelas famílias. Em alguns lugares há o beneficiamento da produção, como em Serra da Pias, Palmeira dos Índios-AL, onde existe uma unidade de beneficiamento, construída com o apoio das Centrais Elétricas Brasileiras SA – Eletrobras.
As/Os moradoras/es relatam que a unidade de beneficiamento representa um importante instrumento de geração de renda para a comunidade. Dona Raimunda Brito Gama, 64 anos, mora no Sítio Serra Bonita, comunidade próxima unidade de beneficiamento. Ela conta que, apesar da organização da comunidade, a fábrica ainda tem problemas estruturais, como a falta de água próximo e equipamentos de armazenamento da produção.
“Aqui é uma região de muita fruta. A gente não tem como comercializar essa fruta porque a gente faz polpa de uma parte e enquanto os freezers estão cheios, a gente fica perdendo as frutas”, comenta Dona Raimunda. Segundo Lucas de oliveira, 17 anos, que mora pertinho da unidade de beneficiamento e também ajuda a produzir as polpas de frutas, algumas necessidades ainda impedem que o negócio cresça ainda mais. “A gente precisaria de uma câmara fria, o código de barras, o rótulo do nosso produto”, elenca.
Elenice Barbosa, outra integrante do grupo, revela que a grande expectativa é poder beneficiar mais famílias de comunidades vizinhas, mas para isso precisam melhorar a estrutura da unidade, de forma que possam armazenar a produção e envolver mais famílias no trabalho. “A nossa meta é agregar todas as famílias das comunidades. A gente quer estrutura. Se tem estrutura, tem como trabalhar, tem como manter o jovem na comunidade, lógico que eles não vão querer sair. Aqui na nossa comunidade eles vão estar próximo a família”
Para Fernanda Thomaz, Gerente do Departamento de Inclusão Produtiva do BNDES, “trabalhar na parte de comercialização seria uma dimensão que o projeto poderia trazer para esses grupos, assim como a própria estrutura física. Tem uma demanda grande por uma câmara fria que consiga armazenar a produção, que pelo que deu para entender, acaba se estragando [as frutas] e não consegue aproveitar todo o potencial produtivo das famílias”.
Segundo Paulo César, o projeto, que conta com financiamento do BNDES, vai auxiliar na estruturação e/ou melhoria de 25 empreendimentos. A definição dos grupos a receber o investimento será coletiva, envolvendo as/os beneficiárias/os, durante as atividades desenvolvidas em cada estado.
“Depois de termos feito as reuniões nos municípios, no estados, foram selecionadas as famílias nas reuniões comunitárias, com quem serão feitos os diagnósticos. Agora a gente começa, de fato, saber quem são esses agricultores: o que têm, o que produzem… Pelo retorno que está vindo a gente consegue perceber grupos que já estão organizados, que trabalham com beneficiamento de fruta, o artesanato”, exemplifica o coordenador.
Texto e foto: Comunicação do Irpaa