Três famílias de Lagoa do Meio, em Uauá, realizaram um dos desejos mais comuns entre as famílias do Semiárido: ter uma cisterna para armazenar água e assim produzir frutas, legumes e hortaliças para o consumo da família, tendo a garantia de que esses produtos são livres de veneno e não causarão doenças.
O desejo das três famílias, que participam do Projeto Ater Povos e Comunidades Tradicionais, era conseguir água para a produção. Entretanto, o valor do fomento (incentivo financeiro que as famílias recebem para melhorar a produção) não era suficiente para a construção de uma tecnologia de captação e armazenamento da água de chuva para a produção. Foi então que surgiu a ideia de unir as famílias utilizando o recurso de modo coletivo e assim construir a tão sonhada cisterna, que hoje está pronta.
Dona Elvira Soares, uma das agricultoras envolvidas nessa ação coletiva, demonstra satisfação pela conquista e deixa claro suas expectativas. “Temos certeza que essa cisterna vai melhorar nossa vida com a produção de hortaliças para consumo e venda. Vai melhorar também a qualidade de nossa alimentação. Isso é uma coisa de muita importância”, afirma Dona Elvira.
“Juntamos três pessoas [famílias] e fizemos uma cisterna de produção aqui na comunidade. Vamos trabalhar com canteiros para ajudar na alimentação das famílias”, explica Seu Dário Ribeiro, outro agricultor da comunidade.
Seu Dário cita ainda outras conquistas importantes para a comunidade, segundo ele, viabilizadas através da articulação da assessoria técnica. Ele destaca o acesso ao crédito (através do Agroamigo – Banco do Nordeste) e a instalação de uma Bomba D’Água Popular – BAP, na comunidade.
De acordo com Wermerson Ribeiro, colaborador do Irpaa, o projeto proporciona a união entre assessoria técnica e utilização de recursos não reembolsáveis (que não precisam ser devolvidos pelas/os agricultoras/es ao governo).
“Eu me sinto realizado… Espero que isso sirva de espelho para os próximos projetos que venham surgir. O espírito coletivo surte mais resultados significativos”, comenta Wermerson, chamando a atenção para a importância do trabalho coletivo.
O Irpaa presta assessoria técnica a 720 famílias em Canudos, Uauá e Curaçá, através do Projeto Ater Povos e Comunidades Tradicionais, que tem investimentos do Governo do Estado da Bahia, através da Bahiater / SDR.
Texto: Comunicação Irpaa
Fotos: Wermerson Ribeiro, colaborador do Irpaa