O lançamento oficial do Projeto Semiárido Produtivo aconteceu ontem (12), durante o Seminário Interestadual do projeto, no Grande Hotel em Juazeiro, com a presença de várias representações de agricultoras/es, organizações da sociedade civil, instituições públicas e equipe do Irpaa.
Daniela Arantes, Chefe de Departamento de Inclusão Produtiva do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, revela detalhes do processo de elaboração da proposta. “Esse projeto demorou alguns anos para ser construído… É fruto de uma construção coletiva”, destaca Daniela.
O Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA fez parte da construção da proposta. Rafaela Alves, representante do Movimento diz que “o início do projeto nos dá uma alegria muito grande, por que é uma construção de mais de cinco anos”. Ela espera que o projeto possa “trazer resultados práticos na vida das famílias camponesas”.
Naidson Baptista, coordenador da Articulação no Semiárido Brasileiro – ASA acredita que o projeto é “uma ação ousada, que integra o Irpaa, a ASA, universidades, o Movimento dos Pequenos Agricultores e amplia a perspectiva da Convivência com o Semiárido”. Para Tiago Pereira, Coordenador Institucional do Irpaa, o Semiárido Produtivo é também “uma grande oportunidade para avançar no debate da produção em cinco estados do Semiárido Brasileiro, com vista ao fortalecimento das organizações locais: associações, grupos de produção, grupos de jovens e mulheres etc”.
“Esse projeto é uma proposta completa, não se prende a uma única tecnologia, a um único aspecto”,explica Haroldo Schistek, Presidente do Irpaa. De acordo com Haroldo, o projeto envolve a formação, práticas agrícolas e pecuárias, organização para produção e, acima de tudo, envolve a comunidade e não apenas a família. “É uma conquista que vamos levar para nossas comunidades”, comemora dona Maria Aparecida da Silva, agricultora do município Porto Folha, em Sergipe.
Metodologias inovadoras
O Semiárido Produtivo utilizará metodologias participativas durante toda a execução, especialmente nas primeiras atividades. Tais metodologias devem ajudar a conhecer melhor as comunidades, suas fragilidades e potencialidades, a fim de que, ao final do projeto, se possa ter um resultado satisfatório, condizente com as expetativas das famílias, do Irpaa e do BNDES.
Aldrin Pérez, representante do Instituto Nacional do Semiárido – INSA apresentou uma série de metodologias chamadas de “Cesta metodológica”. Os instrumentos presentes na cesta são resultados de uma pesquisa desenvolvida entre a ASA e o INSA, com foco na resiliência do povo do Semiárido.
“As metodologias que desenvolvemos permitem aprender a partir dessa realidade [do Semiárido] e pensar como sistematizar as melhores estratégias ou inovações técnico-agroecológicas que podemos implementar em projetos produtivos de convivência com a semiaridez”, explica Aldrin Pérez.
Carlos Henrique, Coordenador da Área de Produção do Projeto Pró-Semiárido, da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, ressalta a semelhança entre o Semiárido Produtivo e o Pró-Semiárido, ambos executados pelo Irpaa. Na visão de Carlos existem metodologias hoje aplicadas nas atividades do Pró-Semiárido que podem ser utilizadas no Semiárido Produtivo. Ele cita duas: a modelização de agroecossistemas e o método ISA (Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistesmas.
Seminário Interestadual
As atividades do Seminário Interestadual encerram hoje (13). O evento é parte de um ciclo de atividades que vêm sendo realizadas nos estados onde o projeto tem atuação. O Semiárido Produtivo é uma realização do Irpaa, com financiamento do BNDES.
Texto e foto: Comunicação do Irpaa