A instabilidade política que o Brasil vive nos últimos anos, a negação de direitos sociais e as crescentes ameaças contra a classe trabalhadora do país, incluindo as populações rurais e a juventude do Semiárido, foram temas de debates no segundo dia da 25ª Escola de Formação de Jovens para a Convivência com o Semiárido, evento promovido pelo Irpaa e que está reunindo jovens dos estados da Bahia, Pernambuco, Ceará, Piauí, Rio Grande Norte e Maranhão.
Esses/as jovens, ligados/as a entidades e movimentos populares, estarão no Centro de Formação do Irpaa até o próximo dia 21 onde terão a oportunidade de discutir e aprender um pouco mais da realidade do Semiárido, a partir da natureza, do clima e de outros fatores determinantes para o desenvolvimento produtivo, econômico e social da região, destacando as políticas públicas e o protagonismo da juventude.
Nesses primeiros momentos da Escola, os/as jovens já apontaram muitos problemas sociais e culturais que estão desmobilizando a juventude rural hoje influenciada negativamente por uma educação fora da realidade e pelos grandes meios de comunicações que deixam os/as jovens alienados/as e individualistas.
O colaborador do Irpaa, Judenilton Oliveira, facilitador de um desses momentos, expôs de forma muito didática, o contexto político e econômico do país que, ao longo dos anos, vem sendo controlado pelos que detém o poder político, agrário e econômico. Situação que tem obrigado o povo a se mobilizar e se rebelar contra essa situação que só tem prejudicado os/as trabalhadores/as. Nilton fez comparações do momento atual de Golpe com períodos históricos bem semelhantes que ocorreram na Era Vargas e mais especificamente em 1964, quando os militares derrubaram o governo de João Goulart que sinalizava atender necessidades da classe trabalhadora.
Moacir José, um jovem da comunidade de Brejo da Cachoeira, em Barreiras, na Bahia, disse que esse tipo de formação serve como um despertar para que o jovem reconheça sua força e sua capacidade de lutar para transformar a atual realidade de negação de direitos dos jovens, especialmente no Semiárido.
Os/as jovens terão ao longo dessa Escola, muitas atividades práticas de campo e visitas como a que vai acontecer dia 14 à Barragem e Escola Família Agrícola de Sobradinho e ao Centro de Pesquisa da Embrapa Semiaŕido, em Petrolina, no dia 18.
Ao final de toda essa formação, ao retornarem para seus municípios, esses/as jovens, serão multiplicadores/as dos conteúdos da Convivência com o Semiárido com base nas perspectivas e ações inerentes à realidade da juventude que quer assumir sua missão em ajudar a transformar e construir um Semiárido mais justo e com oportunidade para todos/todas e sem nenhum direito a menos.
Foto/Texto – Comunicação Irpaa