“Essa ciranda não é minha só, é de todos nós”, foi a melodia de abertura da VIII Feira Cultural e Saúde da Mulher, que esse ano teve como tema: Mulheres, Lutas e Resistência: Não ao Retrocesso!. O evento aconteceu em Remanso, reunindo mulheres dos municípios de Remanso, Casa Nova, Curaçá, Sento Sé, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Ituberá, Camamu e Valença. O evento aconteceu nos dias 30 e 31 de março.
No primeiro dia as mulheres participaram da roda de conversa sobre a reforma da Previdência Social, a PEC 287, proposta pelo governo Michel Temer. Se aprovada essa Emenda Constitucional vai impactar a vida de todo/as brasileiros/as, especialmente a vida das mulheres do campo, pois propõe aumentar a da idade miníma para ter acesso à aposentadoria e institui a obrigatoriedade de contribuição de 25 anos para previdência.
De acordo com Elizabeth Siqueira, assessora de gênero do Pró-Semiárido, uma das facilitadoras do seminário, a participação das mulheres ao longo do debate, comprova que “as mulheres não estão satisfeita com isso, ela está disposta a conversar, discutir, conscientizar o máximo de pessoas, acima de tudo se manifestar, ir às ruas, mas ir às ruas não apenas para falar com o povo sobre o que tá acontecendo, ir com o objetivo de ir atrás desses deputados e políticos que foram eleitos com voto dessas mulheres”, afirma Siqueira.
Durante o debate as participantes colocaram o quando os direitos garantido pela previdência tem contribuindo na melhoria da qualidade de vida no campo. Cosmiana Bispo da Conceição, da comunidade de Barroso em Camamu, relatou que a sua família só veio ter acesso uma segurança alimentar após o seu avô ter conquistando a aposentadoria. Por isso, a jovem defende a necessidade de aumentar o debate sobre essa reforma “quando você participa de uma palestra como essa, você se sente preparada para lutar e responder certas questões inadequadas”, pontua.
Feria de sabores e saberes
Além do Seminário, aconteceu a feira com exposição dos produtos oriundos da agricultura familiar, a exemplo de alimentos, artesanato, remédios naturais, entre outros produtos, que movimentam a economia solidária, a feira começou na noite do dia 30. Durante o segundo dia da feira (31), foram oferecidos os serviços relacionadas a saúde, como atendimento odontológico, stande sobre nutrição e alimentos saudáveis. Para a visitante da feira, Maria do Socorro, esse espaço comprova a riqueza presente no Semiárido e a garra das mulheres em busca de novas possibilidades de geração de renda.
Para Socorro dos Santos, coordenadora da Rede de Mulheres em Remanso, “essa feira é para dar visibilidade aos produtos das mulheres, principalmente nesse momento em que nós estamos sofrendo uma baixa imensa com a questão da reforma da previdência”. Socorro ainda complementa que a feira é uma forma de mostrar a resistência e a coragem das mulheres do Semiárido.
A feira foi organizada pela Rede de Mulheres do Território do Sertão São Francisco, e contou com apoio do Irpaa, Sasop, Sindicato de Trabalhadores Rurais de Remanso – STR e a Prefeitura Municipal de Remanso.
Texto e foto: Comunicação Irpaa